Células ciliadas auditivas

Por Michelle Alves da Silva

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

Categorias: Audição
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Células ciliadas do sistema auditivo são células receptoras auditivas que estão presentes no órgão de Corti, uma estrutura neuro-sensorial importante para o processamento de energia mecânica para a energia elétrica.

Órgão de Corti (órgão espiral). Ilustração: Designua / Shutterstock.com (adaptado)

Existem dois tipos:

Células ciliadas internas

Células sensoriais em forma piriforme, dispostas em uma única coluna interna ao longo do órgão de Corti. Com aproximadamente 3500 células, possuem um pólo apical recoberto de estereocílios em forma de “V” e medem 12 μm de diâmetro. São as células ciliadas mais importantes pois são as codificadoras dos estímulos sonoros.

O tecido de fibra do nervo auditivo é formado por 90% a 95% desse tipo de célula, que realiza a condução de estímulos de maneira rápida e eficiente. São constituídas por neurônios tipo I, mielinizados e grandes.

Células ciliadas externas

Células sensoriais em forma cilíndrica, dispostas em três fileiras externas ao longo do órgão de Corti. O número desse tipo de células pode variar entre 12000 a 16000 e possuem uma seletividade de frequência sonora, com 12 μm de diâmetro. Os estereocílios estão organizados e três ou quatro fileiras no ápice da célula, em forma de “W”. Estão relacionadas com a amplificação mecânica do som.

Essas células possuem neurônios do tipo II, desmielinizados, pequenos e com escassas organelas citoplasmáticas. Correspondem de 5% a 10% do tecido fibroso do nervo auditivo.

As células ciliadas externas possuem uma capacidade de contração rápida – através do contato e condução do estímulo das células ciliadas internas com a membrana tectorial – a fim de proporcionar a amplificação do estímulo sonoro.

As células ciliadas possuem uma resposta mecano-elétrica que depende da frequência sonora e de sua posição na membrana basilar. Desencadeadas pelas vibrações da perilinfa, as vibrações mecânicas provocam a deflexão mecânica do feixe de estereocílios, que se conectam entre si e, assim, fazem a transdução. Essa transformação da vibração sonora em mensagem nervosa é levada para o cérebro onde será interpretada.

Na fase estimulante da frequência sonora, as células ciliadas externas (quando a cóclea está ativa) provocam contrações mecânicas rápidas, que determinam a amplitude da vibração da membrana basilar em um local específico do órgão de Corti (através do mecanismo de eletrosmose).

Essas vibrações ocasionam um contato dos estereocílios mais longos das células ciliadas internas com a membrana tectória e com uma certa inclinação, o que libera uma energia. Esse estímulo ocasiona uma depolarização das células ciliadas internas (os canais catiônicos são abertos, com a entrada de potássio), e assim, há desbloqueio de neurotransmissores e a elaboração de mensagem sonora através de um impulso elétrico, que é transmitida ao sistema nervoso central.

Uma maior amplitude de vibração devido a um som com maior altura, irá provocar uma maior frequência dos disparos na terminação nervosa, e mais células ciliadas externas serão estimuladas.

Referências:

BREUEL, M. L. F.; SANCHEZ, T. G.; BENTO, R. F. Vias auditivas eferentes e seu papel no sistema auditivo. Arq Int Otorrinolaringol, v. 5, n. 2, p. 149, 2001.

PAULUCCI, B. P. Fisiologia da audição. 2005. Disponível em: < http://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_28.pdf >. Acesso em: 23/06/2018.

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