Águia-real

Por Carla Araújo Vieira

Graduada em Ciências Biológicas (USU, 2009)

Categorias: Aves
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A águia-real (Aquila chrysaetos) é uma ave característica do hemisfério norte, sendo encontrada na Europa Ocidental, Ásia e o Norte Africano. É comumente encontrada nas regiões montanhosas de Portugal. Não é um animal considerado em extinção, estima-se que existam entre 5000 e 7200 casais, sendo a maioria dos casais encontrados nas regiões mais remotas do norte Europeu.

Águia-real (Aquila chrysaetos). Foto: Vladimir Kogan Michael / Shutterstock.com

Na nomenclatura científica, o gênero da águia-real é chamado de Aquila e ele conta com 3 espécies: a águia-real (Aquila chrysaetos), águia-imperial (Aquila adalberti) e a águia-perdigueira ou águia-de-bonelli (Aquila fasciata). Dentre as espécies, a águia-real é a maior delas e aquela que apresenta coloração mais comumente conhecida que varia entre o dourado e o castanho.

A águia-real é uma ave de rapina com hábitos diurnos, seu tamanho varia entre 65 cm a 1 metro de comprimento, com envergadura das asas de 1,5 m a 2,5 m e seu peso entre 2,5 kg a 7 kg. Como é comum nas aves de rapina, às fêmeas são sempre maiores do que os machos, entretanto, exceto o tamanho, visualmente não existem mais diferenças entre os indivíduos.

Águia-real (Aquila chrysaetos). Foto: Erni / Shutterstock.com

Os espaços para caça compreendem cerca de 55 km2, chegando a rondar até 200 km2 . Alimentam-se preferencialmente de mamíferos (coelhos), peixes, aves e répteis de porte médio, mas já foram vistas comendo animais em decomposição e caçando animais bem maiores que o usual, de aproximadamente 3kg. Durante a caça voam bem alto e devido a sua excelente visão, encontram possíveis presas até mesmo embaixo d’água. Podem chegar a 50 km/h durante o voo e no mergulho chegam a 300 km/h em busca da presa. Em período de escassez podem ser vistas migrando para o Sul, mas nem todas as espécies possuem o costume de migrar.

No período reprodutivo, após acharem seu parceiro, permanecerão com eles o resto da vida, sendo assim, chamados de monogâmicos. Reproduzem-se uma vez a cada ano e tanto o macho quanto a fêmea constroem o ninho. Geralmente, os ninhos são construídos em regiões altas e lugares rochosos de difícil acesso. Os ninhos podem chegar a 3 metros em seu diâmetro, devem acolher entre 1-4 ovos (na maioria das vezes, são postos apenas 2 ovos) que serão chocados pelo casal durante cerca 35-45 dias. Caso todos os ovos eclodam, haverá competição entre os irmãos, podendo até mesmo um matar o outro. Os filhotes nascem com a pelugem esbranquiçada e conforme forem amadurecendo a pelugem dará espaço para as penas que serão mais amarronzadas e enegrecidas. Os jovens se diferenciarão do adulto pelas penas, onde os exemplares mais novos são castanhos-escuros com manchas brancas, com uma cauda branca e uma franja ampla e preta. Já os adultos apresentam as penas castanhas escuras, a parte superior da cabeça e a nuca são de um tom mais claro (castanho claro a amarelo dourado) e a sua cauda é escura com a base mais clara, as suas asas também são escuras apesar de encontrarmos indivíduos com amarelo dourado.

Foto: davemhuntphotography / Shutterstock.com

Bibliografia:

Rosa, G. (1999). Águia-real Aquila chrysaetos. In: Elias, G.L.; Reino, L.M.; Silva, T.; Tomé, R. & Geraldes, P. Atlas das aves invernantes do Baixo Alentejo: 134-135. SPEA, Lisboa.

Fernández, C.L. (1997). Águila real Aquila chrysaetos. In: Purroy, F.J. (coord) Atlas de las Aves de España (1975-1995): 120-1. Sociedad Española de Ornitología/BirdLife, Lynx Edicions, Barcelona.

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