Dodô

Por Aymam Cobo de Figueiredo

Graduação em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2014)

Categorias: Aves
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Dodô (Raphus cucullatus) é a mais famosa ave extinta pelo homem. Nativo das Ilhas Maurício, esses animais sofreram com as frequentes navegações dos anos 1500. Nessa época, a ilha foi invadida por colonos que trouxeram animais exóticos como porcos, ratos e principalmente macacos que destruíam os ninhos do Dodô. Além disso, as aves eram muito caçadas para consumo dos próprios navegantes enquanto estavam na ilha, pois não tinham medo de humanos e eram de fácil captura, fazendo com que a ave desaparecesse completamente em meados do século XVII. Pertencente à subfamília Raphinae, os Dodôs possuíam as asas atrofiadas e não eram capazes de voar. Mediam cerca de 1 m de altura com aproximadamente 20 Kg. Suas penas variavam entre as cores branca, cinza e preto. Possuía o bico longo e curvado na ponta, adaptado para sua alimentação que era composta principalmente de peixes, sementes e frutas.

Ilustração de um Dodô do século XVII [domínio público] / via Wikimedia Commons

Como todos os animais que habitam e já habitaram o planeta, os Dodôs desempenhavam importantes papéis no ecossistema em que estavam inseridos e a extinção da espécie gerou alguns desequilíbrios no habitat. Uma espécie de árvore endêmica das Ilhas Maurício conhecidas como Calvária (Sideroxylon grandiflorum), por exemplo, alimentava os Dodôs com suas sementes. No processo de alimentação, além de servir como dispersor, os Dodôs gastavam a casca grossa da semente quando esta passava por seu sistema digestório, possibilitando a germinação. Hoje, sem essas aves, a árvore possui apenas 13 exemplares no mundo com idade superior a 300 anos e pode chegar à extinção. Por esse motivo essa árvore é conhecida também como árvore-dodô.

Por não conseguir voar e pela falta de predadores naturais na ilha, acredita-se que os Dodôs construíam seus ninhos no chão, o que facilitou o processo de extinção. Os relatos indicam que as fêmeas colocavam apenas um grande ovo por vez e que o filhote requeria bastante cuidado parental. Pouco se conhece sobre a biologia e comportamento dessas aves, e o que resta hoje da rápida extinção dos Dodôs são alguns ossos que estão expostos em museus dos Estados Unidos, da Europa e em Maurício, e que chamam a atenção para o desaparecimento permanente de diversas espécies e suas consequências para as espécies sobreviventes.

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