Pinguim

Graduação em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2014)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

pinguim é uma ave oceânica característica do hemisfério Sul pertencente à ordem Sphenisciformes. Sua morfologia é fruto da adaptação à vida aquática. Suas asas são transformadas em nadadeiras e inúteis para o voo no ar, seus ossos não são pneumáticos, suas penas impermeabilizadas por secreção de óleos e possuem uma espessa camada de gordura isolante que auxilia na conservação de calor do corpo. Utilizam suas asas para propulsão, atingindo uma velocidade de até 10 m/s embaixo d’água, onde podem permanecer submersos por vários minutos. Além disso, possuem a visão adaptada ao mergulho, o que os tornam exímios pescadores. Sua dieta é composta por peixes, cefalópodes e plâncton.

Estão inseridos na teia alimentar dos ecossistemas onde vivem, controlando espécies diversas e servindo de alimento a outras espécies, como leões-marinhos, focas-leopardo e orcas. Para tentar driblar os predadores, além de sua habilidade de natação, os pinguins utilizam camuflagem. Quando são vistos do alto, deslocando-se no mar, seu dorso negro desaparece na escuridão das profundezas; vistos por baixo, o peito branco se confunde com a luz proveniente da superfície. Os pinguins também são indicadores das mudanças climáticas globais e da saúde ambiental local. O frágil estado de conservação da maioria das populações de pinguins espelha as condições dos oceanos e seus grandes problemas de conservação.

As pinguineiras (colônias reprodutivas) chegam a reunir mais de 150 mil indivíduos. Durante os três ou quatro primeiros anos de vida, os pinguins vasculham a colônia sem conseguir encontrar um parceiro. Quando a união é selada, os casais permanecem juntos para sempre. No inverno, os indivíduos se separam, mas durante a nova estação reprodutiva, ambos procuram seu parceiro na colônia através da vocalização. Quando se encontram, há a dança nupcial, que fortalece a união dos pares. A cerimônia inclui ofertas de pedras para a construção do ninho e saudações. A fêmea se abaixa em sinal de aceitação e a cópula se realiza. A seguir, o casal constrói o ninho e a fêmea põe de um a dois ovos, chocados alternadamente pelos pais. O parceiro, quando não está chocando, dirige-se ao mar em busca de alimento para os filhotes.

Atualmente existem 17 espécies de pinguins conhecidas, dentre as quais podemos destacar:

Pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus): Se reproduz em colônias numerosas distribuídas pela Argentina, Ilhas Malvinas e Chile entre os meses de setembro e março. Após o período de reprodução, migram todos os anos para o Brasil, em seu caminho para o Norte. É a espécie de maior ocorrência na costa brasileira. Apresenta na fase adulta cerca de 65 cm de comprimento e peso médio variável entre quatro e cinco quilos.

Pinguim-de-magalhães. Foto: ErichFend / Shutterstock.com

Pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus): É o segundo maior pinguim, medindo de 85 a 95 centímetros e pesando de 9 a 17 quilos. Nidifica nas ilhas subantárticas. Raramente visita a costa continental da América do Sul. No Brasil pode ser encontrado no Rio Grande do Sul e Santa Catarina nos meses de dezembro e janeiro.

Pinguim-rei. Foto: Enrique Aguirre / Shutterstock.com

Pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri): Entre os pinguins da Antártida, o é o mais impressionante. Vive sob condições mais frias do que qualquer outra ave. Pode ultrapassar 1,20 m de altura e pesa até 40 kg. Mergulham a 250 m de profundidade, podendo atingir 450 m, e permanecendo debaixo d’água por até 30 minutos. É a única espécie que consegue se reproduzir no rigoroso inverno da Antártida, com temperatura inferior a -50°C. Os pinguins-imperadores só se alimentam no mar e, para sobreviver ao jejum durante a reprodução, o macho (que choca o ovo) estoca depósitos subcutâneos de gordura. O jejum pode ultrapassar 100 dias, ao término dos quais o macho pode ter perdido mais de 40% do seu peso inicial.

Pinguim-imperador. Foto: TravelMediaProductions / Shutterstock.com

Bibliografia:

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade-Projeto Nacional de Monitoramento do PINGUIM-DE-MAGALHÃES Spheniscus magellanicus- Brasília, 2010

Paula Baldassin Jorge- Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) como indicador da ocorrência de poluentes orgânicos persistentes- Tese apresentada ao Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências, Programa de Oceanografia, área de Oceanografia Química e Geológica, 2014

http://www.wikiaves.com/pinguim-rei

Projeto Nacional de Monitoramento do Pingüim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) 2010-2015- Boletim Pinguins no Brasil n°1, abril de 2011

Edison Barbieri- Pingüins, a ‘marca registrada’ do Pólo Sul- Ciência Hoje, vol. 29, nº 169, pp. 69-72, 2001

Arquivado em: Aves
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: