Esaú e Jacó foram filhos de Isaque, netos de Abraão. A história deles está relata em Gênesis, primeiro livro da bíblia.
Antes mesmo de nascerem o Senhor havia dito que o mais velho serviria o mais novo, e que duas nações estavam sendo geradas no ventre de Rebeca, esposa de Isaque e mãe dos meninos. Isaque se identificava mais com Esaú, que era caçador e Rebeca com Jacó, que era pacato e habitava em tendas.
Naquele tempo havia um costume a respeito da benção paterna. E aconteceu que, como Isaque já estava idoso, havia ficado cego com a idade e sentia que estava próximo o tempo da sua partida, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e pediu a ele que saísse à caça a fim de fazer depois um guisado saboroso. A intenção do pai era abençoar o filho com todo o direito de sua primogenitura, após comer o alimento conquistado e preparado por seu filho mais velho.
Rebeca ouvindo a conversa chamou a Jacó e o contou o que estava acontecendo, além disso pediu a ele que trouxesse do rebanho dois bons cabritos, para que ela, após preparar um guisado do jeito que o pai gostava, também colocaria a pele deles sobre o corpo de Jacó (que era liso, enquanto o irmão tinha muitos pelos pelo corpo) e vestiria Jacó com alguma roupa de Esaú. Dessa maneira, ele poderia ser abençoado pelo pai, no lugar do irmão. Apesar de, a princípio, ter questionado a mãe, Jacó procedeu como ela dissera.
De acordo com as escrituras, Isaque estranhou o fato de ter chegado o cozido tão depressa, e a voz ser de Jacó, mas acabou sendo convencido de que era Esaú. Isaque comeu o cozido e em seguida o abençoou dizendo “Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem” (Gn 27,28:29).
Esaú voltou da caça, preparou o cozido e descobriu que havia perdido sua benção. Bradou com grande e mui amargo brado, e pediu a seu pai que o abençoasse também, e chorou. Lembrou-se que tinha vendido o direito de primogenitura ao irmão tempos antes, em troca de um prato de cozido, e agora perdera também a bênção de seu pai.
Neste momento lhe disse Isaque “Eis que a tua habitação será nas gorduras da terra e no orvalho dos altos céus. E pela tua espada viverás, e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que quando te assenhoreares, então sacudirás o seu jugo do teu pescoço” (Gn 27,39:40).
A fim de não ser morto pelo irmão que a esta altura o odiava, Jacó fugiu para uma terra chamada a Harã, onde habitava um tio chamado Labão. Anos mais tarde, já casado e com filhos, Jacó (que havia tido um encontro com Deus, e mudado de nome para Israel), foi ao encontro do irmão, enviou antes presentes e se humilhou: “E ele mesmo (Israel) passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até que chegou a seu irmão. Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram” (Gn 33:3,4)
Bibliografia:
Bíblia sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil 2 ed Barueri SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 1988, 1993.