Nascida em 13 de dezembro de 1935, a mineira de Divinópolis Adélia Luzia Prado de Freitas, ou simplesmente Adélia Prado, como é conhecida, é uma poetisa, professora, filósofa e contista brasileira ligada ao Modernismo. Entre suas principais obras estão:
“O Homem da Mão Seca”, “O Coração Disparado”, “Terra de Santa Cruz”, “O Pelicano”, “A Faca no Peito”, “Filandras” e “Bagagem”, seu livro de estreia composto por uma coletânea de poesia muito elogiadas por Carlos Drummond de Andrade, que definia a produção da autora como “Fenomenal”. Os textos literários de Adélia Prado versam sobre o cotidiano, sobre a fé cristã, alegria e sobre a figura da mulher.
Professora por formação, ela exerceu o magistério durante 24 anos, até que a carreira de escritora tornou-se a atividade central. Em termos de literatura brasileira, o surgimento da escritora representou a revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa.
Adélia Prado formou-se em Filosofia em 1973 e acumulou vários prêmios ao longo de sua trajetória, entre os quais o Prêmio Jabuti de Literatura de 1978 da Câmara Brasileira do Livro com o livro "Coração Disparado", Prêmio ABL de Literatura Infantojuvenil (2007), Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional (2010), Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (2010) e o Prêmio Clarice Lispector (2016).
Adélia Prado foi a primeira mulher a ganhar Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura pelo conjunto da obra. A divinopolitana foi escolhida por unanimidade pelo júri composto pelos professores Guiomar de Grammont (UFOP), Ruth Silviano Brandão (UFMG) e Luis Augusto Fischer (UFRS).
O nome de Adélia Prado foi levada ao júri pela professora Ruth Silviano Brandão, uma das fundadoras do programa de pós-graduação da Faculdade de Letras da UFMG. “Quando tomei conhecimento dos nomes dos antigos ganhadores do prêmio, na lista só tinha homens, aliás muito bem escolhidos. No entanto, temos tantas escritoras. Deveríamos pensar na hipótese, sem forçar a escolha numa escritora. A obra de Adélia é tão boa. Então, por que não?”
Ruth lembra que a obra de Adélia tem peso poético, além de ter grande divulgação no Brasil e em outros países. “Reli parte da obra e conclui que ela é uma grande poeta não só pelos temas que trata, mas pelo manejo com a língua poética.” Para a professora, obra de Adélia inaugura na literatura brasileira uma poesia que se abriu para o feminino, o erotismo e o místico. Tudo com muito humor.
Em 1994, após anos de silêncio poético, sem nenhuma palavra, nenhum verso, ressurge Adélia Prado com o livro O homem da mão seca. Segundo a autora, o livro foi iniciado em 1987, mas, depois de concluir o primeiro capítulo, foi acometida de uma crise de depressão, que a bloquearia literariamente por longo tempo. Disse que vê "a aridez como uma experiência necessária" e que "essa temporada no deserto" lhe fez bem. Em decorrência da importância literária, a obra da Adélia se tornou tema de pesquisas e trabalhos de mestrado e doutorado.
Bibliografia:
http://www.releituras.com/aprado_bio.asp
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/adelia-prado/