Para escolher qual das várias escolas de Medicina que frequentaria, o jovem Alexander Fleming decidiu-se pela que tinha uma boa equipe de pólo aquático, pois a vocação médica não era o móvel de sua decisão. Apesar de ter um ar reticente aprofundou-se nos estudos, no conhecimento e na investigação, o que lhe rendeu vários prêmios nas disciplinas básicas e nas de clínica médica, culminando com a medalha de ouro, em 1906, ao graduar-se.
Teve a oportunidade de experimentar a droga contra a sífilis descoberta em 1910 por Ehrlich e assim viu-se, Fleming, mergulhado nos problemas da Bacteriologia, resumindo sua vida ao laboratório do Hospital de Santa Maria. Muito pouco tempo depois, a Inglaterra, se mobilizava ao lado da França na 1ª Guerra Mundial e Alexander embarca para a França como capitão do Corpo Médico Real. Observava o trabalho dos médicos desinfetando os graves ferimentos com um ou outro antisséptico de sua preferência o que fazia com que o jovem capitão reflexionasse sobre as diferenças dos contatos do micróbio com as feridas dentro dos tecidos e sua disposição voltava-se para a experimentação rigorosa do procedimento.
Verificou então que tanto o ácido fênico como os outros antissépticos matavam mais os leucócitos que os micróbios, que passavam a proliferar rapidamente e tomavam conta do sangue. Assim Wright, seu professor na escola de medicina, e Fleming passam a limpar as feridas e cobriam-nas com uma salmoura para atrair os glóbulos brancos para a superfície da ferida, os quais atacavam assim prontamente os micróbios. Para Alexander as defesas naturais do organismo deveriam merecer mais atenção, assim como a observação e o cultivo de micróbios para a experimentação da ação dos antissépticos sobre eles.
Em uma de suas culturas de micróbios, mais precisamente dos estafilococos, percebe que surpreendentemente, no meio de uma das placas crescera um bolor e que no seu entorno a cultura de estafilococo estava se dissolvendo. Deste bolor cultivado então em meios especiais e examinado cuidadosamente pode distinguir que se tratava do Penicillium, e observando mais profundamente viu que se tratava de um bolor especial que produzia alguma coisa que poderia ser separada, filtrada e que detinha o crescimento dos micróbios nas placas.
Essas experiências foram repetidas muitas e muitas vezes, observando que a substância produzida pelo bolor impedia o crescimento dos micróbios produtores de doença e não de outros micróbios que eram inofensivos. A essa substância deu o nome de Penicilina e passou a pesquisar os efeitos do calor, da acidez, da alcalinidade e da resistência, assim como a concentração em culturas sob as mais diversas circunstâncias e as reações apresentadas. Antes da substância ser isolada e purificada por seus colegas de Oxford, Fleming escreveu o artigo: “A ação bacteriolítica de culturas de um Penicillium, com especial referência ao seu emprego no isolamento do B. influenzae”, que apareceu no número de junho de 1929 do British Journal of Experimental Pathology.
Recebeu o prêmio Nobel aos 64 anos de idade, vindo a falecer 10 anos depois em 11 de março de 1955.
Fonte:
Grandes Vocações: Cientistas. Volume 5 São Paulo. Editora Donato.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/alexander-fleming/