Alexandre V foi antipapa por dois anos no século XV.
Pietro Filargi de Candia era veneziano. Foi mendigo durante sua infância, porém de atitudes que se destacavam pela cortesia, pela inteligência e capacidade crítica. Sua personalidade foi reconhecida por um frade franciscano. Seu acolhimento o levou a estudar em Oxford e em Paris, seguindo, depois, carreira religiosa e se tornando arcebispo de Milão.
A carreira religiosa de Pietro Filargi de Candia foi notável pela exaltação de sua inteligência e de sua cortesia. Tornou-se um homem querido e reconhecido entre a cristandade. Quando tinha seus 70 anos de idade, a Igreja Católica vivia uma situação de Cisma. Na ocasião, Gregório XII era o papa legitimamente eleito pela cúria romana. O qual rivalizava com o antipapa Bento XIII. Muitos estavam desagradados com a situação cismática do catolicismo e muitos cristãos desejavam afastar os papas em vigência. Foi por isso que um conciliábulo se reuniu em Pisa e escolheu Pietro Filargi de Candia como papa, o qual adotaria o nome de Alexandre V.
Alexandre V passou a ser o terceiro papa existente naquela ocasião, ano de 1409, juntamente com Gregório XII e Bento XIII. Estes não aceitavam abandonar os cargos. De toda forma, o papado de Alexandre V foi de reconhecimento, assim como sua vida pessoal. Ele se encarregou de informar toda a cristandade sobre os três papas e propôs o diálogo conciliatório. Historiadores e cronistas da época todos concordam que o desejo de Alexandre V em conciliar a Igreja Católica fracionada era sincero. Assim, sua postura o fez ser ovacionado pelos populares quando foi a Roma. A camada mais carente da sociedade da época se identificou muito com o dito antipapa porque ele costumava auxiliar os necessitados.
No contexto dos anos de 1409 e 1410, Alexandre V é considerado antipapa, uma vez que o Colégio de Cardeais havia eleito legitimamente Gregório XII para o papado. Porém a postura e as ações de Alexandre V foram muito mais marcantes e importantes para a Igreja Católica e seus fieis do que o papado de Gregório XII. Em função disso, alguns o consideram como legítimo papa da história do catolicismo. Mais tarde, outro papa assumiu o nome de Alexandre VI em sua homenagem.
Alexandre V faleceu em Bolonha, em 1410. Alguns acreditam que ele tenha sido envenenado porque algumas pessoas não agradavam de sua retidão. Foi sepultado na igreja de São Francisco.
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