Antonio Francesco Gramsci foi um filósofo, jornalista, historiador e político italiano. Ligado à corrente marxista, ele nasceu em Ales, Sardenha, região sul da Itália, em 1891, no dia 22 de janeiro. Sua infância foi marcada por uma doença, que deixou uma deformidade em sua coluna. Após a prisão de seu pai, Francesco Gramsci, ele viveu em situação de extrema limitação financeira com sua mãe, Guiseppina Marcias. Na juventude, Gramsci foi um aluno de excelência e aos 21 anos recebeu uma bolsa para estudar literatura na Universidade de Turim. Ainda na universidade, se interessou por filosofia, política e pelas obras dos filósofos Benedetto Croce, Nicolau Maquiavel e Karl Marx.
Em 1913, entrou para o Partido Socialista Italiano, colaborando para diversas publicações daquele grupo, como o "L'Avanti", e em 1919 fundou o periódico “L’Ordini Nuovo”, juntamente com Palmiro Togliatti, Umberto Terracini e Angelo Tasca. Tinham a proposta de acompanhar e refletir sobre o movimento operário italiano. Esta publicação tornou-se a porta-voz dos Conselhos de Fábrica, apresentando uma nova maneira de cultura e política socialista. Gramsci militou ativamente em conselhos de fábrica no industrializado norte do país.
Tanto que, naquele mesmo ano, Gramsci publicou “A Força da Revolução”, artigo em que fez uma análise sobre a maré referente a camponeses e operários organizados em Conselhos no mundo todo. Desta forma, Gramsci fazia a cultura tornar-se mais próxima da tarefa de transformação de massas, fundamentada na prática revolucionária, sendo, por consequência, o intelectual orgânico (um de seus conceitos) do proletariado de Turim e atuando como educador entre as classes subalternas.
Rompendo com o partido socialista, Gramsci fundou o PCI, Partido Comunista Italiano, em 1921. No mesmo ano, Mussolini fundou o PNF, Partido Nacional Fascista, na Itália. No poder, fechou veículos de imprensa e destituiu todos os partidos de oposição.
Prisão e Cadernos do Cárcere
Benito Mussolini foi nomeado pelo rei Victor Emmanuel III como primeiro-ministro da Itália, em 1922. O fascismo italiano chegou ao poder como um pretenso movimento de massas, mas sua ideologia era belicista, de exaltação à guerra e de posicionamento antissocialista.
Após quatro anos, mesmo tendo imunidade parlamentar, Gramsci foi detido com outros deputados comunistas no cárcere romano de Regina Coeli. No ano seguinte foi condenado a vinte anos, quatro meses e cinco dias de reclusão em Turi, pelo Tribunal Especial, passando o resto de sua vida encarcerado.
Em 1929, Gramsci teve permissão para escrever. Assim, começou redigir sua obra, ‘’Cadernos do Cárcere’’, anotações e planos de estudo sobre a história italiana do século XIX, formação e o desenvolvimento dos grupos intelectuais, a teoria e a história da historiografia, americanismo e o fordismo. Dos vinte e nove cadernos, surgiram a base teórica gramsciana e os conceitos de “Hegemonia Cultural”, “Estado Integral”, “Intelectual Orgânico”, entre outros. No Brasil, suas ideias de pedagogia crítica e conscientização política para a conquista de uma cidadania plena foram aplicadas por Paulo Freire. Após mais de dez anos confinado e sofrendo maus tratos, além ter sido impedido de ver sua família, Gramsci foi libertado, mas morreu dois dias depois.
Bibliografia:
https://www.boitempoeditorial.com.br/autor/antonio-gramsci-696
https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/PHP/article/view/10728/6671
http://periodicos.ufc.br/eu/article/view/55755
https://www.contrapontoeditora.com.br/arquivos/detalhes/Vaccaintroducao.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/antonio-gramsci/