Caio Prado Júnior

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Caio Prado Júnior veio ao mundo em São Paulo a 11 de fevereiro de 1907. A família Prado fazia parte da sociedade nobre paulistana, era possuidora de muitas riquezas e detinha um papel de destaque na economia local.

Caio Prado, em sua adolescência, estudou no Colégio São Luís e no Chelmesford Hall, em Eastbom – Inglaterra - onde concluiu seus estudos secundários.

Retornou ao Brasil onde cursou Direito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, concluído-o no ano de 1928.

Desde sua mocidade atuou com grande destaque na conjuntura política nacional; era contrário as idéias do Partido Republicano Paulista, que defendia os proprietários de fazenda cultivadores de café e dominadores do quadro político nacional desde o momento em que foi proclamada a República.

Em 1926 nasceu o Partido Democrático, para lutar contra as idéias do Partido Republicano Paulista, tornando-se Caio Prado Júnior um dos primeiros a se filiar e passar a defender ferrenhamente as idéias deste partido.

Este foi seu primeiro passo em direção à política, em seguida tomou parte na Aliança Liberal que deu sustentação a Getúlio Vargas em sua pretensão a Presidência da República no ano de 1930, a qual só alcançou após uma conflagração que ocorreu no mesmo ano.

Caio Prado, entretanto, veio a se desencantar com as idéias políticas do seu partido e do novo poder supremo do Estado, o que o levou, em 1931, a migrar para o Partido Comunista, levando-o a trabalhar no intuito de constituir e preparar seus alicerces políticos contíguo à classe operária.

Atuou também na Intentona Comunista em 1935, vindo a ser preso pelo período de dois anos quando esta foi desbaratada.

No ano de 1937 viajou para o exterior e passou a residir na França, era o ápice do nazi-facismo na Europa e a elevação do franquismo na Espanha, momento em que a Alemanha e a Itália interferem declaradamente na Guerra Civil Espanhola.

Caio Prado, então, contando com o apoio do Partido Comunista da França, parte para a fronteira onde procura ajudar os que saíam da Espanha a fugir da zona de conflito.

Em 1939, Caio Prado volta ao Brasil, permanecendo, ainda que em menor intensidade, na militância comunista; em 1947 torna-se deputado estadual por São Paulo, porém, no ano seguinte, lhe é retirado seu cargo, em virtude do Partido Comunista ser considerado ilegítimo.

Em 1944, em parceria com Monteiro Lobato, constituiu a Editora Brasiliense e a Gráfica Urupês. De 1955 a 1964 editou a Revista Brasiliense.

Caio Prado continuamente falava que não era conhecedor de história, buscando assim justificar o seu desconhecimento com relação a algumas datas e o esquecimento de outras tantas, sua confusão com relação às dinastias e sua desatenção às guerras e seus pormenores. O que lhe fascinava de verdade era a vida no seu dia a dia, a plantação, o desenrolar dos negócios, os conhecimentos do plantio, as tradições, etc.

A bisbilhotice intelectiva marcou a pessoa notável que foi, nunca abriu mão de apreciar de perto as relações trabalhistas e produtivas que se desenrolavam em cada canto do Brasil e era a favor da reforma agrária, desde que bem articulada, sentia-se perturbado diante das tantas disparidades sociais com que se deparava.

Quando viajava para países industrializados procurava sempre observar a condição de vida e o de cultura do campesino ou do proletário do país em que estava com a realidade vivida no Brasil, sempre se afligindo com as disparidades de nossas organizações sócio-políticas que ainda deixa muito a desejar para a maioria do povo.

Sua produção literária abarca as áreas da História, Geografia, Sociologia, Economia, Política e Filosofia.

Suas principais obras são:

* Evolução Política do Brasil (1933)
* URSS: Um novo mundo (1934)
* Formação do Brasil Contemporâneo (1942) – este livro é visto como sua principal obra.
* História Econômica do Brasil (1945)
* Dialética do Conhecimento (1952)
* Diretrizes para uma Política Econômica (1954)
* Esboço dos Fundamentos da Teoria Econômica (1957)
* Introdução à Lógica Dialética (1959)
* O Mundo do Socialismo (1962)
* A Revolução Brasileira (1966) – obra pela qual ganha o título de Intelectual do Ano, sendo condecorado com o prêmio Juca Pato.
* História e Desenvolvimento (1968)
* O Estruturalismo de Lévi-Strauss - O Marxismo de Louis Althusser (1971)
* A Questão Agrária no Brasil (1979)
* A Cidade de São Paulo (1983)

Caio Prado Júnior faleceu no ano de 1990 em decorrência de complicações de saúde originárias de um aneurisma na artéria aorta.

Arquivado em: Biografias
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