Carlos Frederico Werneck de Lacerda nasceu em 30 de abril de 1914 na cidade do Rio de Janeiro, filho do político Maurício Paiva de Lacerda e Olga Werneck de Lacerda. Iniciou sua carreira em 1929, como escritor do jornal Diário de Notícias. No ano seguinte ingressou no curso de Direito da atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), porém dois anos depois abandonou o curso por ocupações políticas.
Inicialmente adotou para si a ideologia comunista, participou da Aliança Nacional Libertadora (ANL) fundada em 1932, por Luís Carlos Prestes. A ANL tinha como objetivo de instalar o comunismo do Brasil através da Reforma Agrária, intervenção de um regime democrático e resistência ao nazifascimo, ou seja, tudo o que a ditadura de Getúlio Vargas instalada em 1930 defendia. Em 1939 Carlos Lacerda rompe com o comunismo, mas mantém sua oposição à Getúlio Vargas.
Como jornalista trabalhou em 1946 no jornal Correio do Amanhã, na coluna Tribuna da Imprensa, e em 1949 foi distanciado do jornal. Então, criou seu próprio jornal, utilizando o mesmo nome da sessão que escrevia.
No ano de 1953 reuniu políticos e militares influentes com o mesmo objetivo, pretendiam destituir o governo de Getúlio Vargas, para isso criaram o Clube Lanterna. Com todas as reuniões e ações contra o governo varguista, o clube obteve grande impacto social, o que resultou em um atentado em frente à casa de Lacerda, nomeado como “Atentado da Rua Toneleros”. O major da aeronáutica que fazia a sua escolta pessoal morreu no atentado e Lacerda foi atingido no pé. O governo já estava desestabilizado pela grande campanha midiática contra sua vigência e a culpa do atentado foi diretamente relacionado à Vargas. No ano seguinte Vargas se suicidou em razão da pressão política que sofria seu governo.
Lacerda durante toda sua carreira jornalística e política criou polêmicas, ora em colunas de jornais que escrevia, ora em discursos transmitidos no rádio e na televisão. Sua função era julgar, difamar e criticar os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, assumindo para si o papel do político ideal para o país.
Na sua trajetória política foi eleito como vereador do Rio de Janeiro em 1947, na época Distrito Federal e Deputado Federal em 1955. Entretanto foi como Governador do Estado da Guanabara (1963) que ganhou mais visibilidade como político. Realizou diversas obras na cidade: a estação de tratamento de água do Guandu, a criação dos túneis Santa Bárbara e Rebouças, finalizou as obras do Aterro do Flamengo, tornou obrigatório o concurso público, deslocou favelas da Zona Sul e Maracanã para áreas de periferia, construiu escolas de nível primário e investiu em saneamento básico.
Em 1964, Lacerda com 50 anos, governador do Estado da Guanabara almejava a presidência da república, porém o regime militar instalou-se no país e foi impedido de realizar seu sonho. Inicialmente Lacerda declarou apoio ao movimento, considerado por ele como revolucionário, civil-militar, porém ao notar que não seria tão breve quanto prometido pelos militares, passa a fazer duras críticas ao governo. Em 1968, quando o governo militar torna-se de fato uma ditadura com o fechamento do Congresso (AI-5), Carlo Lacerda foi barrado de atuar na política, permanece exercendo somente a profissão de jornalista. No dia 21 de maio de 1977 morreu com problemas cardíacos.
Bibliografia:
Câmara dos deputados. Biografia Carlos Lacerda. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/discursos-em-destaque/serie-brasileira/decada-1950-59/biografia-carlos-lacerda>.
FVG. CPDOC. Carlos Lacerda. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/carlos_lacerda>.