Casimiro José Marques de Abreu (4 de janeiro de 1839 – 18 de Outubro de 1860), foi um poeta, novelista e dramaturgo brasileiro, adepto ao movimento ultrarromântico. Ele é famoso principalmente pelo seu poema “Meus Oito Anos”, além de ser patrono da sexta cadeira da Academia Brasileira de Letras.
Nascido em janeiro de 1839 em Barra de São João (renomeada em 1925 em sua homenagem como “Casimiro de Abreu”), sendo seus pais ricos fazendeiros portugueses, José Joaquim Marques e Luísa Joaquina das Neves. O autor recebeu a educação básica em Nova Friburgo, no Instituto Freese, onde conheceu e tornou-se amigo de Pedro Luís Pereira de Sousa. Seguindo ordens do pai, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1852 para dedicar-se ao comércio, cuja atividade ele odiava.
Com seu pai, ele viaja a Portugal no ano seguinte. Lá ele inicia sua carreira literária, escrevendo para diversos jornais, como O Progresso e Ilustração Luso-Brasileira, e colaborando com Alexandre Herculano e Luís Augusto Rebelo da Silva, entre outros. Durante sua estadia em Portugal, ele escreveu suas primeiras obras: a peça de teatro Camões e o Jau (influenciado pelo poema de Almeida Garrett), a novela Carolina, publicada na forma de folhetim, e os primeiros capítulos da novela que ele nunca viria a finalizar: Camila.
Em 1857, ele retorna ao Rio, onde ele se torna colaborador dos jornais A Marmota, O Espelho, Revista Popular e o Correio Mercantil. Enquanto no Correio, conheceu Manuel Antônio de Almeida e Machado de Assis. No mesmo ano, o Autor publica A Virgem Loura: Páginas do Coração.
Em 1859, ele publica seu famoso trabalho, o livro de poesias As Primaveras. Dividido em cinco partes: Introdução, Livro Primeiro, Livro Segundo, Livro Terceiro e Livro Negro. Os poemas falam principalmente do amor romântico, desejo de fuga para a infância e para a morte, nacionalismo, nostalgia e suas saudades do Brasil. Tal publicação foi financiada pelo seu pai, apesar do seu desagrado em relação à vocação literária de Casimiro.
Sofrendo de tuberculose, Casimiro mudou-se para Nova Friburgo a fim de se recuperar, no entanto, ele morreu com 21 anos em outubro de 1860.
“[...] Oh! Que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais! ” -Casimiro de Abreu, As Primaveras, 1859
Referências:
Biografia de Casimiro de Abreu no site oficial da Academia Brasileira de Letras: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=117
Obras de Casimiro de Abreu do Domínio Público: http://librivox.org/author/1346