Chico Buarque de Hollanda

Mestra em Literatura e Crítica Literária (PUC-SP, 2012)
Graduada em Letras (PUC-SP, 2008)

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Chico Buarque de Hollanda nasce no dia 19 de junho de 1944, na cidade do Rio de Janeiro. Filho do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e de Maria Amélia Cesário Alvim, pianista amadora.

A família se muda para São Paulo quando Chico Buarque tinha apenas dois anos de idade, pois o seu pai era diretor do Museu do Ipiranga, na capital paulista. Aos seis anos, Chico vai com os pais para a Itália porque Sérgio Buarque atua como professor no curso de História da Universidade de Roma.

A partir daí Chico Buarque estuda em colégios americanos e convive, desde a infância, com grandes representantes da classe artística e intelectual brasileira e estrangeira. Seu padrinho, e depois parceiro em muitas canções, foi o diplomata e poeta Vinícius de Moraes.

Foto de Chico Buarque de Hollanda, 2012. Foto: A.PAES / Shutterstock.com

Em 1963 Chico ingressa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, mas o ano seguinte seria o grande divisor de águas na vida e na carreira do jovem estudante. Ele próprio revela que a canção Tem mais samba, composta em 1964, é o marco inicial da sua vocação como compositor e cantor.

Mesmo não concluindo o curso de arquitetura, o que o artista aprendeu durante três anos propiciou uma visão poética completamente única e inovadora no tocante à apreensão epifânica da temática urbana tão presente em sua vasta obra.

A sua trajetória artística é desenhada com primor, por meio de uma diversidade estilística inigualável. Isso é resultado dos estudos e das influências que ele confessa ter. Chico Buarque elege Tom Jobim como sua grande inspiração musical. Ao lado de Tom, destaca também a figura de João Gilberto.

No tocante aos conteúdos do seu cancioneiro, que já ultrapassa o cinquentenário, merece destaque o trabalho raro com a figura do feminino em suas canções. Nas suas composições a mulher tem voz e vibra na dramaticidade por meio da linguagem poética.

Vivendo em meio ao turbilhão da Ditadura Militar brasileira, Chico Buarque participa do II Festival da Música Popular Brasileira (1966) e vê sua primeira composição ser aclamada pelo público, a canção A banda – interpretada por Nara Leão – vence o festival ao lado da canção Disparada, de Geraldo Vandré – interpretada por Jair Rodrigues.

Em 1969, Chico Buarque retorna para a Itália, desta vez na condição de exilado. No ano seguinte ele retorna ao Rio de Janeiro e emplaca a segunda música consagrada da sua carreira, a canção Apesar de você.

Quando retorna ao Brasil, Chico dedica o seu olhar poético para as questões políticas e sociais do país e do mundo, mas volta também a sua visada artística para o cotidiano. Ele consegue extrair da realidade o que há de mais simples e rebuscado e isso é uma marca da sua escritura poética.

Como dramaturgo, a sua obra inicial é a peça Roda Viva. A carreira de escritor rende a Chico Buarque inúmeras premiações, muitos estudos por parte dos acadêmicos e uma crítica literária que se debruça entusiasmada a cada novo livro.

Discografia (alguns)

  • Morte e Vida Severina, 1966.
  • Construção, 1971.
  • Ópera do Malandro, 1986.
  • Paratodos, 1993.
  • Caravanas – Ao Vivo, 2018.

Videografia (alguns)

  • Chico ou o país da delicadeza perdida (DVD), 2003.
  • Roda Viva, 2006.

Livros (alguns)

  • Chapeuzinho Amarelo, 1979.
  • Estorvo, 1991 – Prêmio Jabuti.
  • Leite Derramado, 2009 – Prêmio Jabuti.

Referências:

BUARQUE, C. Vida. Disponível em: <http://www.chicobuarque.com.br>. Acesso em: 16 dez. 2018.

PEREIRA, Carolina Rocha Machado Busch. Geografias de mundo reveladas nas canções de Chico Buarque, 2013. 155 f. Tese (Doutorado em Geografia). USP, São Paulo, 2013.

Arquivado em: Biografias, Escritores, Música
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