Em séculos passados era pouco comum mulheres ganharem fama por seus talentos e habilidades, especialmente, como artistas, profissão que geralmente permeava o universo masculino. Assim algumas artistas mulheres se destacaram nesse cenário. Um bom exemplo é a pintora Elisabeth-Louise Vigée Le Brun, mais conhecida como Vigée Le Brun ou Madama Le Brun.
Vigée Le Brun foi uma pintora francesa do século XVIII nascida em 16 de abril de 1755 em Paris. De grande fama nesse período, seu estilo estava mais orientado pelo Neoclassicismo, embora não se possa ser considerada totalmente influenciada por esse movimento. O Neoclassicismo prezava pela simplicidade e pureza estética, principalmente na pintura, além de estar em oposição aos rebuscamentos e exageros dos detalhes ornamentais do Barroco e do Rococó. Assim, a artista ganhou fama representando suas pinturas de modo elegante e lisonjeiro e se tornou uma das retratistas mais requisitadas da França, tendo, entre seus clientes, Maria Antonieta.
Vigée Le Brun era filha de Louis Vigée, um artista de sucesso que a incentivou a pintar e se interessar por arte. Além do pai, ela ainda foi aluna de Gabriel Briard e recebeu incentivo de artistas conhecidos como Joseph Vernet, Hubert Robert e Jean-Baptiste Greuze. Louis Vigée morreu quando a filha tinha apenas 12 anos de idade. A mãe casou-se novamente com um rico joalheiro que controlava sua renda, por isso Vigée Le Brun sustentou-se desde a adolescência com a venda de seus quadros. Nesse período ela já pintava profissionalmente e ganhava cada vez mais prestígio popular, atraindo clientes ricos que almejavam ter um retrato pintado pela artista.
Em 1774 a jovem artista foi aceita na Associação de Pintores da Académie de Saint-Luc, o que fortaleceu sua carreira. Naquela época, uma mulher estudar em uma academia de artes e desenhar modelos vivos era motivo de escândalo. Vigée Le Brun não deu atenção as críticas maledicentes e tornou-se a primeira mulher a matricular-se numa academia de artes.
Dois anos mais tardes ela se casou com Jean-Baptiste Le Brun, Também artista e comerciante de arte. Com ele teve apenas uma filha Jeanne-Julie-Louise.
Vigée Le Brun já era uma artista talentosa e famosa quando em 1779 pintou o primeiro retrato da rainha Maria Antonieta no Palácio de Versalhes. Desde de então ela se tornou a retratista oficial da rainha, retratando-a cerca de 30 vezes. Em 1787, a rainha Maria Antonieta posou para a artista junto dos seus três filhos. Vigée Le Brun, sempre muito elegante, usava pinceladas soltas e cores vigorosas e brilhantes, retratando seus clientes da maneira mais lisonjeira possível. A rainha gostava tanto de sua pintora oficial que oportunizou que a artista entrasse para a Académie Royale de Peinture et de Sculpture, uma associação de artistas franceses de grande prestígio que aceitou pouquíssimas mulheres.
Ainda que fosse mais conhecida por seu trabalho como retratista, Vigée Le Brun também produziu telas com outros temas como temas mitológicos e alegóricos, como "Peace Bring back abundance” de 1780 e “Bacchante” de 1785.
Vigée Le Brun publicou seus diários, intitulados Souvenirs entre os anos de 1835 e 1837. A artista morreu em sua residência em Paris no dia de 30 de março de 1842. Com certeza, Vigée Le Brun foi a pintora mais importante do século XVIII, numa época em poucas mulheres ousavam trilhar uma carreira profissional. A artista deixou um legado de 660 retratos e 200 paisagens. Seus trabalhos podem ser vistos no Museu Hermitage, a Galeria Nacional de Londres, O Museu do Louvre e a National Gallery of Art.
Referencias:
Elisabeth Vigée Le Brun. Disponivel em: <https://www.biography.com/people/elisabeth-vig%C3%A9e-le-brun-37280>
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/elisabeth-louise-vigee-le-brun/