François Quesnay foi um economista e intelectual francês do século XVIII. Tendo o auge de sua carreira durante o reinado de Luís XV, ele é conhecido hoje como tendo sido um dos maiores representantes da fisiocracia.
Nascido em 4 de junho de 1694 nos arredores da capital francesa, Paris, François Quesnay pertencia à uma família de posses, tendo assim condições financeiras para estudar medicina. Depois de completar sua formação, seria indicado para trabalhar na corte em Versalhes, servindo durante anos como médico pessoal do próprio rei Luís XV. Nesta condição, pôde estabelecer ligações com membros da aristocracia, especialmente com a principal amante do rei, Madame de Pompadour. Quando, em uma idade mais madura, Quesnay desenvolveu interesse nas ciências econômicas, foi esta amante real que providenciou a ele ligações neste meio, permitindo a Quesnay produzir uma obra conhecida como Quadro Econômico. Seria este livro que estabeleceria as bases para a doutrina conhecida como fisiocracia.
Fisiocracia
Influenciado pelo Iluminismo, a doutrina ou escola fisiocrata surgiu como uma reação às práticas econômicas estabelecidas por Jean-Baptiste Colbert, ministro da economia do rei Luís XIV. Enquanto Colbert defendeu uma política econômica rígida focada no protecionismo, intervencionismo e metalismo, conhecida em seu conjunto como mercantilismo, a fisiocracia defendida por Quesnay pregava que uma excessiva proteção econômica gerava apenas pobreza a longo prazo, o que explicava a miséria da maior parte da França. Neste sentido, a inspiração de Quesnay estava nas políticas econômicas liberais inglesas.
Em seu Quadro Econômico, Quesnay critica profundamente a lógica mercantilista a respeito do metalismo, considerando o ouro e a prata apenas símbolos das riquezas comerciáveis. Neste sentido, um Estado agricultor poderia muito bem ser opulento, desde que associasse bons preços às produções e as mantivesse abundantes. Na verdade, na visão de Quesnay a agricultura era fundamental para o desenvolvimento de um país, uma vez que poderia possibilitar grande quantidade de venda de gêneros alimentícios internamente, gerando assim riquezas a serem investidas para o Estado e diminuindo a necessidade de compras no exterior, poupando assim custos. Se, entretanto, um Estado gastasse com luxos seus ganhos com o comércio, o sustento das famílias seria prejudicado e, logo, o Estado enfraquecido, abrindo caminho até mesmo para a decadência econômica.
Embora François Quesnay seja o principal nome relacionado aos fisiocratas, ele estava acompanhado em seus estudos econômicos por homens como o abade Nicolas Baudeau, Mercier de la Rivière e Dupont de Nemours, além daquele que seria seu discípulo mais famoso: Turgot. Mais tarde, ele seria o ministro de Finanças do rei Luís XVI. Outro homem a se inspirar nas ideias fisiocratas seria Adam Smith, que entraria em contato com elas em sua temporada na França como tutor do duque de Buccleuch. Mais tarde, essas influências fisiocratas seriam fundamentais para a elaboração de Riqueza das Nações, seu livro mais conhecido e uma das primeiras defesas estritas do laissez faire econômico.
Entretanto, na época em que Adam Smith visitou a França e teve contato com os principais conceitos fisiocratas, o movimento já decaíra há algum tempo. Tendo se iniciado aproximadamente em meados da década de 1750, a fisiocracia perdeu paulatinamente sua influência na corte francesa a partir da década de 1760, quando morreu a organizadora inicial do movimento, Madame de Pompadour. laissez faire Luís XV e a demissão de Turgot como ministro de Finanças do novo rei Luís XVI. O próprio François Quesnay já falecera em 1774, provavelmente por causas naturais.
Bibliografia:
http://iexe.com.br/blog/economia-francois-quesnay-o-fisiocrata/
https://www.britannica.com/biography/Francois-Quesnay
http://estudosjornalisticos4.blogspot.com/2006/01/escola-fisiocrtica.html
https://www.docsity.com/pt/v-francois-quesnay/4840735/