O filósofo italiano Giorgio Agamben, graduado em Direito, especialista na verve política de Simone Weil, editor na Itália da obra do filósofo alemão Walter Benjamin, nasceu na cidade de Roma, em 1942. Este ensaísta atuou como visiting professor na Universidade de Verona e na New York University, antes de se insurgir contra a linha de segurança adotada pela gestão do Presidente George Bush, recusando-se assim a cruzar as fronteiras norte-americanas.
Hoje ele é professor de Estética e Filosofia Teorética na Universitá IUAV, na cidade de Veneza. Em sua obra ele exercita essencialmente a interação entre a filosofia, a literatura, a poesia e principalmente a política. Este filósofo vem, ao longo do tempo, elaborando uma vasta obra, com a qual ele pretende tecer reflexões sobre o comportamento político do Homem contemporâneo. Em seu livro Bartleby, la formula della creazione, de 1993, ele discorre sobre sua própria escrita. O restante de suas publicações reflete uma de suas principais inquietações, desde o princípio da década de 90, um elemento do ancestral direito romano – o homo sacer, traduzindo, o homem sagrado – traduzido especialmente em um de seus principais livros, Homo Sacer, que o lança ao renome internacional.
Este filósofo italiano, ex-pupilo de Martin Heidegger, tem cinco de seus livros traduzidos no Brasil, mas é bem pouco reconhecido ainda em nosso país. Suas publicações mais recentes são Profanações, obra editada pela Boitempo, e A Linguagem e a Morte, lançada pela UFMG. As obras anteriores são: Estado de Exceção, o já citado Homo Sacer e Infância e História.
Ao contrário de seus contemporâneos Toni Negri, pensador marxista anti-globalização, e Gianni Vatimo, que cultiva uma ética da incerteza, Agambem é um filósofo que não se aventura a apontar muitas soluções para os desafios atuais, nem revela euforia diante das novidades. Ele tem concorrido significativamente para o desenvolvimento da filosofia política atual, principalmente na esfera da meditação bio-política.
Na sua obra a idéia de estado de exceção é capital, e é amplamente definida no livro de mesmo título, que debate incansavelmente a questão das vias que elegem a condição do privilégio, das prerrogativas especiais, como recursos disponíveis a partir dos atentados de 11 de setembro, nos Estados Unidos, e do contexto gerado no Afeganistão depois da última invasão norte-americana.
As idéias, porém, que celebrizaram Agamben, são as que se referem ao homo sacer e à vida nua. A discussão em torno destes pontos se torna ainda mais imprescindível no momento em que se testemunha acontecimentos como os da prisão de Guantánamo, onde pretensos terroristas árabes são martirizados, e o quase extermínio da população palestina na Faixa de Gaza. Neste estado o homo sacer é apresentado por este filósofo como um ser no limiar da animalidade, uma criatura desprovida de significado e perfeitamente descartada.
Já a vida nua define esta oscilação entre a existência e a morte, típica da situação destes humanos, que muito expressam sobre os dias de hoje. Eles não são personagens irreais, embora às vezes se queira acreditar que eles sejam, mas sim criaturas que traduzem a barbárie contemporânea, muito bem definida pelos conceitos de Agamben.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Giorgio_Agamben
http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=503
https://web.archive.org/web/20160801013626/http://www.idelberavelar.com/archives/2007/05/giorgio_agamben.php