Gregor Johann Mendel nasceu em Heinzendorf, na Áustria, no dia 22 de julho de 1822. Filho de fazendeiros, Mendel passou toda a sua infância tendo o contato com a natureza, algo que foi crucial para despertar o seu instinto curioso.
Desde pequeno Mendel buscou entender como as coisas funcionavam, por isso, seu foco era voltado mais para os estudos e não para o trabalho braçal exigido pela vida no campo.
A família de Mendel vendo o esforço do garoto nos estudos, buscou apoia-lo em sua jornada pelo conhecimento, mas com a baixa renda da família, acabou sendo impossível juntar o dinheiro para a sua formação.
Além de toda essa dificuldade enfrentada, no fim da adolescência, o pai de Mendel sofreu um acidente que o impossibilitou de realizar trabalhos braçais, como era tradição na época os filhos cuidarem das propriedades do pai, Mendel deveria tomar conta da fazenda de sua família, entretanto, por questões de saúde, Mendel não conseguiria levar adiante a propriedade.
Foi a partir desse acontecimento que fez o jovem austríaco a se afastar de sua família e ir para o mosteiro Agostiniano de São Tomás em Brünn (1843). Essa decisão, segundo o próprio Mendel, foi uma escolha “profética” que o aproximaria dos estudos e o afastaria do trabalho braçal no qual ele nunca levou jeito.
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Mendel - Mosteiro Agostiniano de São Tomás
A escolha de ir para o mosteiro parecia perfeita à Mendel, afinal, naquela época, a ordem religiosa incentivava seus membros a se aprofundarem em assuntos de ciência e tecnologias, com isso, essa era a chance que ele tinha de ter contato com uma série de referências científicas que futuramente o ajudaria em suas pesquisas.
Ao entrar no mosteiro, Mendel teve contato com uma rica biblioteca e uma ampla área verde que possibilitava observações de alguns comportamentos naturais, como os das plantas, organismos que mais encantavam Mendel na época.
No mosteiro Mendel teve como mentor Franz Cyril Napp, que ao notar a vocação científica do jovem, o enviou para Universidade de Viena, instituição onde Mendel estudou ciências naturais, matemática e física. Após três anos de estudos (1857), Mendel voltou para Brünn, onde iniciou suas pesquisas conciliando com o seu trabalho como professor em uma escola técnica da cidade.
Mendel e suas primeiras contribuições científicas
Para a realização de suas pesquisas no ramo da hereditariedade, Mendel precisava escolher um organismo que tivessem um ciclo de vida curto, se reproduzissem rapidamente, fosse de fácil cultivo e que produzisse muitos descendentes, foi daí que surgiu a ideia de usar ervilhas.
Em 1857, Mendel, com auxílio de Napp, construiu uma estufa que seria o local onde o pesquisador passaria longos 10 anos promovendo cruzamentos em ervilhas e observando eventos ligados a hereditariedade.
Mendel conseguiu observar a hereditariedade de uma forma única, que o proporcionou a elucidar, em 1866, as primeiras ideias que viriam a se tornar a 1ª Lei de Mendel (Princípio da Segregação dos Caracteres), que diz que as características são condicionadas por uma série de fatores (genes) que segregam no momento da formação dos gametas.
Logo em seguida, após acompanhar herança de duas ou mais características, Mendel desenvolveu a 2ª Lei que se refere a segregação independente dos fatores.
Nessa época não se sabia sobre material genético, cromossomos, mitose e meiose. Por tal motivo, Mendel não usou o termo gene e tão pouco sabia explicar efetivamente como esse processo acontecia, assim, seus trabalhos acabaram ganhando pouca atenção na época.
Mendel desiste da área científica
O aparente insucesso no ramo da pesquisa, levou Mendel, em 1868, a se afastar dos estudos e se dedicar ao mosteiro. Com passar dos anos, por conta de suas escolhas em relação à sua saúde ao longo da vida, Mendel ficou debilitado, vindo a falecer no ano de 1884 sem conseguir presenciar a influência de seus estudos para a comunidade científica.
Descoberta dos estudos de Mendel
No início do século XX, um grupo de botânicos (Tschermak, K. Correns e H. de Vries) descobriram os trabalhos de Mendel e foi a partir daí que os seus estudos finalmente ganharam o devido reconhecimento. Reconhecimento este que o faz ser considerado o pai da genética por ter sido o primeiro a elucidar como esse evento realmente acontece.
Referências:
Life, Experiments & Facts – Biography (em inglês).
Mendel and Darwin: untangling a persistent enigma – Nature.com (em inglês).
Reid, J. B.; Ross, J. J. (2011). “Mendel’s genes: toward a full molecular characterization”. (em inglês).
Moore, Randy (2001). “The “Rediscovery” of Mendel’s Work” – web.archive.org (em inglês).
https://www.ebiografia.com/gregor_mendel/
https://www.youtube.com/watch?v=3jgI6f9ZSC4
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/gregor-mendel/