Indira Gandhi foi a primeira mulher a se tornar chefe de governo na Índia em uma atuação bastante polêmica. Com uma força e determinação únicas Indira governou por 18 anos exercendo uma influência decisiva na história daquele país e adquirindo uma grande reputação no mundo todo como líder política.
Nascida em 19 de novembro de 1917, em Allahabad na Índia, Indira Gandhi era a filha única de Kamla e Jawaharlal Nehru, um dos pais da independência indiana que governou aquele país durante os primeiros anos de sua independência. Seu avô, Motilal Nehru, foi um famoso advogado que abandonou a profissão para aliar-se a Mahatma Gandhi na luta pela Independência da Índia e foi também co-fundador e presidente do Congresso Nacional Indiano. Assim, Indira desde cedo esteve cercada por discussões sobre ideais políticos e, como ela mesma disse certa vez “Minhas vida pública começou quando eu tinha três anos” (Fonte:NYT).
Indira estudou em colégios na Índia, Suíça e depois na Inglaterra onde cursou o Somerville College, em Oxford, estudando administração pública e social, história e antropologia. Ela também fez parte da ala estudantil do Partido Trabalhista britânico e se inscreveu na Cruz Vermelha Internacional na época da II Guerra Mundial, mas trabalhou por pouco tempo nessa instituição como motorista de ambulância.
Em 1942, após a revolução indiana, Indira volta para casa e casa-se com Feroze Gandhi, um jornalista de Allahabad que participara do movimento do Congresso e era seu amigo de infância. Sua família reprovou a união pois Feroze era de outra religião. Indira chegou a dizer mais tarde: “Ninguém queria aquele casamento, ninguém.” e “Toda a Índia foi contra nós.” (Fonte: NYT). Com Feroze, Indira teve dois filhos Rajiv, nascido em 1944 e Sanjay, em 1946.
Em 1946 seu pai se torna Primeiro Ministro do Governo Provisório da Índia e Indira passa a trabalhar com ele como sua assessora. Com a morte de seu pai em 1964, Lal Bahadur Shastri se torna seu sucessor e Indira Gandhi aos 47 anos, pela primeira é eleita para o Parlamento tornando-se a Ministra de Informação e Comunicações durante o governo de Shastri.
Shastri morre em 1966 e o partido procura outra pessoa de peso para colocar em seu lugar. Assim, em 1967 Indira é eleita ainda que com minoria de votos, tornando-se a Primeira Ministra da Índia e a única mulher desde então a assumir um cargo de chefe de governo naquele país.
Com mãos de ferro, Indira logo tomou as rédeas do governo indiano e, causando grande polêmica, realizou um programa de nacionalização dos bancos causando divergências na chefia do Partido do Congresso. Entre outras decisões importantes, Indira assinou um tratado de amizade com a União Soviética em 1971, prestou apoio militar ao movimento liderado por Mujibur Rahman que em 1971 conseguiu a separação da parte leste do país, nomeada de Bangladesh.
Indira foi responsável em grande parte pela vitória da Índia no conflito contra o Paquistão (1971) e pelo rápido desenvolvimento da indústria nuclear na Índia em 1974, medidas que corroboraram sua fama entre os cidadãos e a classe média indiana.
Porém em 1975 ela foi acusada pela Alta Corte de Allahabad de ter se utilizado de práticas ilegais durante sua última campanha. Em resposta, Indira decretou estado de emergência, passando a governar com poderes quase ditatoriais.
Sua campanha que tinha como slogan “Abolish Poverty” (algo como: Abaixo a Pobreza) promoveu campanhas para tentar erradicar a corrupção e a miséria em grande parte causada pelo rápido e desorganizado crescimento populacional (embora não se possa ignorar o fato de que a sociedade de castas tenha sua parcela de culpa), através de um intenso programa de controle do crescimento que incluía a esterilização em massa obrigatória de grande parte da população.
Nas novas eleições em 1977 Indira foi derrotada nas eleições, mas novamente o partido foi dividido e a frente do novo partido Indira consegue se eleger em 1980 com maioria esmagadora de votos.
No mesmo ano seu filho mais novo Sanjay sofre um acidente de avião e morre deixando Indira extremamente abalada. Rajiv, seu segundo filho, então se torna se braço direito na política, sendo ele o sucessor de Indira quando da sua morte.
Entretanto os conflitos internos na Índia entre os diferentes grupos religiosos se agravam. Até que em junho de 1984 eclode uma rebelião de militantes do grupo Sikh no norte do estado do Punjab. Para conter a rebelião Indira manda tropas indianas invadirem o Templo Dourado em Amristar, um local sagrado para o grupo religioso Sikh. Após 32 horas a invasão terminou com a morte de 600 pessoas entre militantes Sikh e soldados de acordo com o governo indiano (NYT). Algumas fontes afirmam que na verdade foram cerca de 1200 mortes. Como retaliação ao ataque ao templo Sikh e sua profanação, Indira Gandhi foi assassinada em 31 de outubro de 1984 por dois membros de sua guarda pessoal que pertenciam ao grupo Sikh.
Fontes:
http://www.nytimes.com/learning/general/onthisday/bday/1119.html
http://www.sscnet.ucla.edu/southasia/History/Independent/Indira.html
http://educacao.uol.com.br/biografias/klick/0,5387,448-biografia-9,00.jhtm