Inocêncio X foi o papa de número 236 na história da Igreja Católica.
Nascido no dia seis de maio de 1574, Giambattista Pamphili era um religioso de perfil sério e um grande líder e administrador dos bens da Igreja. Com o falecimento do papa Urbano VIII, o cardeal Giambattista foi eleito quase que por unanimidade pelos outros cardeais para ser o novo Supremo Pontífice. Assim, foi eleito no dia 15 de setembro de 1644 e adotou o nome de Inocêncio X.
Inocêncio X iniciou seu papado já aos 70 anos de idade e foi coroado em uma imensa festa. Na época, os embaixadores espanhóis e franceses rivalizavam em disputas de prestígio. Para agradar o novo papa, esbanjaram nas festividades. Mas quem o novo papa privilegiou mesmo foi o seu próprio irmão, forneceu a ele muita influência política e religiosa. Olimpia Maidalchini, sua cunhada, se aproveitou da situação e foi ela quem efetivamente se apropriou da liderança política e religiosa proporcionada pelo papa.
O Supremo Pontífice era reconhecido como grande estadista já desde antes de sua ascensão. Como papa, Inocêncio X protestou contra determinadas cláusulas do Tratado de Vestfália que colocou um fim na famosa Guerra dos Trinta Anos ocorrida nos estados germânicos. Todavia, o tratado sancionava o princípio que obrigava os súditos a adotar a mesma religião que o príncipe professava. As consequências disso poderiam ser catastróficas para a Igreja Católica, o que forçou uma aguda intervenção do papa na questão. Todo o temor se justifica pelo crescimento do protestantismo na Europa desde Martinho Lutero. Na Inglaterra, Henrique VIII já havia rompido com a Igreja Católica e estabelecido uma nova doutrina. Durante o papado de Inocêncio X quem liderava a Inglaterra era o puritano fanático Oliver Cromwell, responsável por decapitar o rei Carlos I e por devastar a Irlanda católica no ano de 1653. No cenário internacional do cristianismo católico, a Bélgica e a França também eram um problema. Crescia em popularidade a obra de Cornélio Jansen que questionava a Igreja e apresentava modernizações do cristianismo. Inocêncio X interveio também nesta questão declarando hereges todos os seguidores do chamado jansenismo.
Mas nem só de problemas políticos internacionais se fez o papado de Inocêncio X. O Supremo Pontífice de Roma foi responsável pelo embelezamento de Roma e pela promoção de vários artistas através do mecenato. Confiou ao pintor espanhol Diego Velázquez a confecção de seu mais famoso retrato. Por sinal, esta obra tornou-se símbolo de uma nova geração de pintores e grande representante de um estilo artístico altamente apurado em sua perfeição e em seu detalhismo.
Inocêncio X faleceu no dia 14 de janeiro de 1655. Seu funeral foi bastante oposto a sua coroação como papa. Seus próprios parentes, os mesmos que tanto ajudou durante o papado, não quiseram gastar com homenagens e celebrações. Só muitos anos mais tarde, um filho de seu sobrinho que o homenageou construindo um sepulcro na igreja de Santa Inês. Inocêncio X foi sucedido por Alexandre VII.
Fontes:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.
GASPARETTO JÚNIOR, Antonio. A Precisão e a Distorção: diálogos entre Diego Velázquez e Francis Bacon. Revista Digital Estudios Históricos (URU), v. 6, p. 1-19, 2011.