Italo Calvino foi um dos escritores mais importantes do século XX.
A infância de Italo Calvino se passou na pequena fazenda de seus pais, onde eles plantavam frutas exóticas trazidas do continente americano, como abacate e goiaba. Esse cenário seria parte fundamental e inspiração para futuros textos de Italo. Seus pais também deixariam outros legados, como o republicanismo maçônico que se desenvolveria para socialismo anarquista e pelo fato de não terem dado aos filhos qualquer formação religiosa. Quando adolescente, Italo conheceu Eugenio Scalfari, um jovem de Roma que fundou a revista L’Espresso e o periódico que ganharia repercussão nacional na Itália, La Repubblica. Os dois jovens desenvolveram uma rica amizade. Em 1941, Italo se matriculou na faculdade de Agronomia de Turim, seguindo os passos do pai, porém decidiu abandonar o curso e participar da resistência italiana contra o exército nazista, por influência de sua mãe. Ele participou também da resistência ao fascismo e foi membro do Partido Comunista Italiano até 1956. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Italo retornou a Turim e abandonou definitivamente o curso de Agronomia, optando pela faculdade de Artes e, um ano depois, Elio Vittorini o incentivou a publicar seu primeiro texto em uma revista universitária chamada Il Politecnico. Italo formou-se em 1947 defendendo uma dissertação de Mestrado sobre o escritor Joseph Conrad. No mesmo ano ele publicou seu primeiro livro intitulado A Trilha dos Ninhos de Aranha, inspirado em sua participação nos movimentos de resistência.
Italo Calvino foi apresentado e conviveu com grandes intelectuais de esquerda de seu tempo. Logo que se formou, passou a trabalhar no jornal comunista L’Unità e na editora Einaudi. Foi na década de 1950 que ele publicou os livros que o tornariam famoso internacionalmente. O primeiro deles, de 1952, foi O Visconde Partido ao Meio, que seria acompanhado pelo clássico O Barão nas Árvores, de 1957, e O Cavaleiro Inexistente, de 1959. A partir daí, o trabalho de Italo Calvino ganharia muita repercussão e ele publicaria outros importantes textos nas décadas seguintes, com destaque para O Castelo dos Destinos Cruzados, de 1969, As Cidades Invisíveis, de 1972, e Palomar, de 1983.
Italo Calvino rompeu com o Partido Comunista em 1956 em função da invasão dos soviéticos na Hungria e dos crimes cometidos por Stalin. Sua carta de renúncia ficou também mundialmente famosa. Calvino declarava discordância com as ações do comunismo soviético e defendia um mundo comunista mais democrático. Ele continuou defendendo ideias de esquerda e chegou a conhecer Ernesto Che Guevara pessoalmente, para o qual escreveu um tributo após sua morte. Embora fosse um intelectual de esquerda, Calvino foi liberado para passar seis meses nos Estados Unidos, onde se encantou, especialmente, com a cidade de Nova York.
Italo Calvino desenvolveu diversos trabalhos e recebeu vários prêmios em universidades importantes do mundo. Enquanto preparava uma coleção de textos literários para ser apresentada na Universidade de Havard, ele passou mal e foi internado no hospital de Santa Maria della Scala, em Siena. Vítima de uma hemorragia cerebral, Italo Calvino faleceu no dia 19 de setembro de 1985, deixando um imenso legado para a literatura mundial.
Fontes:
http://www.italo-calvino.com
http://www.digestivocultural.com/ensaios/ensaio.asp?codigo=68&titulo=Italo_Calvino:_descobridor_do_fantastico_no_real