Ler artigo Jean Paul Sartre.
“A existência precede a essência” é uma inversão feita por Sartre de uma hierarquia milenar de valores defendida pela filosofia tradicional. Marque a alternativa que melhor explica o sentido desta inversão.
Sartre é um filósofo existencialista, pois acredita que o homem nasce sem nenhuma pré-determinação no que diz respeito a seu ser, isto é, sem uma essência. Essências são apenas significados estabelecidos a partir da existência humana, isto é, são criadas pelo homem;
Para Sartre, o homem é uma existência temporal e livre, de maneira que apenas precisa lidar com escolhas e consequências das suas escolhas. As essências são apenas aquelas estabelecidas por Deus e o homem só as conhecerá depois de sua morte;
Sartre, cujo relacionamento amoroso não monogâmico com Simone de Beauvoir causou escândalo na década de 1930, era um filósofo ateu que criticava, na verdade, a crença religiosa em essências intangíveis, sendo sua principal bandeira o combate à religião cristã;
Sartre escreve sua teoria do homem a partir de uma visão transcendentalista, mas defende que o ser individual, a existência, é mais importante que a essência;
Para Sartre, todas as pessoas nascem como existências livres, mas à medida que vão fazendo escolhas se comprometem de tal modo, que já não é possível exercer a liberdade.
Em O Existencialismo é um humanismo, Jean-Paul Sartre coloca que o ser humano não é passível de uma definição, e que, dentro desta perspectiva, nada lhe pode ser, a priori, proibido. Sobre a perspectiva sartreana da liberdade, é correto dizer:
A liberdade e a responsabilidade estão intrinsecamente unidas, uma vez que nada do que o homem faz pode ser responsabilidade do destino ou de algum ser superior;
O homem age sempre no desespero existencial, portanto, nada do que faz é responsabilidade sua.
O existencialismo, ateu por natureza, é uma teoria aética, uma vez que segundo ela, não é possível proibir nada;
A responsabilidade do homem está restrita à sua responsabilidade individual, não podendo influenciar efetivamente sobre o mal-estar da sociedade;
Sartre acredita que a existência precede a essência, caracterizando-se assim como um autor que atribui a Deus a essência do homem, mas ao homem a responsabilidade sobre sua escolha.