Johann Moritz Rugendas foi um pintor alemão que produziu várias de suas obras no Brasil.
Proveniente de uma família de artistas, Johann Moritz Rugendas nasceu no dia 29 de março de 1802 na cidade de Augsburgo, na Alemanha. Cresceu envolvido com o meio artístico e acabou se formando como um grande pintor na Academia de Belas Artes de Monique, na qual especializou-se na arte do desenho.
O artista foi integrante da missão do barão de Georg Heinrich von Langsdorff, a qual o trouxe para o Brasil. Chegou em território brasileiro no ano de 1821 com a função de ser espião na missão científica que integrava. Rugendas, como costumava assinar seus trabalhos, viajou pelo país para coletar material para suas pinturas e desenhos. Ao longo de suas andanças, acabou se dedicando ao registro dos costumes locais, deixando claras as classificações da botânica e dos tipos humanos. O pintor era genial na representação das imagens, utilizando de artifícios para que as cenas se tornassem legíveis sem se apegar a uma fidelidade sobre a realidade.
Johann Moritz Rugendas ocupou-se da documentação do mundo luso-brasileiro, registrando a situação particular da percepção. Seu trabalho não foi atrelado à reprodução da situação objetiva. Rugendas era um pintor alemão sem intimidade com a América que encontrou como solução a adoção de procedimentos objetivistas da classificação científica.
O artista permaneceu no Brasil até 1825, quando voltou à sua terra natal para prestar contas de suas tarefas na missão científica ordenada pelo barão von Langsdorff. Todavia, em 1831, Johann Moritz Rugendas embarcou por conta própria para uma nova viagem ao continente americano com o intuito de conhecer diversos outros países baseando-se no mesmo objetivo que o trouxe ao Brasil na década anterior. Desenvolvendo uma obra com temáticas predominantemente paisagísticas e de representação de cenas do cotidiano, o pintor alemão permaneceu no Novo Mundo até o ano de 1846. Deixou ainda vários estudos de plantas, índios, negros e retratos. È nesse período que o artista começa a desenvolver pinturas a óleo, assimilando as técnicas aprendidas durante sua passagem pela Itália. Quando chega ao Rio de Janeiro, retrata membros da família Imperial e é convidado para participar da Exposição Geral de Belas Artes.
Mais tarde, com o apoio do naturalista Alexander von Humboldt e já novamente no continente europeu, publicou suas memórias de viagem e transformou alguns desenhos e aquarelas nas litografias que integraram o luxuoso álbum Viagem Pitoresca ao Interior do Brasil. Johann Moritz Rugendas cedeu sua coleção de desenhos e aquarelas ao Rei Maximiliano II em troca de uma pensão anual e vitalícia. O artista faleceu no dia 29 de maio de 1858 na cidade de Weilheim.
Fonte:
https://web.archive.org/web/20141102182200/http://www.sampa.art.br/biografias/johannmoritz/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/johann-moritz-rugendas/