José Sarney foi presidente do Brasil entre os anos de 1985 e 1990. Nascido no estado do Maranhão em 24 de abril de 1930, formou-se em Direito em 1953, como muitos dos ex-presidentes brasileiros. Sua família possibilitou uma formação sólida: seu pai pertencia ao Tribunal de Justiça do estado. Sua formação voltou-se não somente para o mundo do Direito, mas também para a literatura. Ele deu início à Academia Maranhense de Letras e iniciou movimentos literários no estado, ao lado de outros expoentes da literatura – que pouco temo depois estariam do lado político oposto ao de Sarney – como Ferreira Goulart. Anos mais tarde, em 1980, passou a ocupar a cadeira de número 38 da Academia Brasileira de Leras. Foi também na década de 1950 que se casou com Marly Macieira, com quem teve três filhos: Roseana, que também dedicou-se à carreira política, chegando a ser governadora do Maranhão; Fernando; e Zequinha.
A sua vida política também começou cedo. Logo após sua formatura concorreu como candidato a uma cadeira no legislativo, tendo sido eleito suplente pelo Partido Social Democrático (PSD) e, por isso, assumido o cargo. Sua carreira política iniciou quando ainda era jovem, e na vida pública atuou desde a década de 1950. Mas, a atuação no PSD não durou muito tempo e nas eleições de 1958 foi eleito deputado federal e em 1962 governador do Maranhão pela União Democrática Nacional (UDN).
Mas, foi durante o período da Ditadura Militar que ocorreu a sua ascensão na política, atuando no partido de situação, a saber, a Aliança Renovadora Nacional – ARENA. O ato institucional número 2 (AI-2) colocou fim aos partidos existentes até então e instituiu o bipartidarismo. Assim, existiram durante o período dois partidos: a ARENA, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo o primeiro o partido de situação e o segundo de oposição. Sarney foi um nome fiel à situação, e seu nome ficou marcado como aliado do regime ditatorial. Nesse contexto foi eleito senador da república, permanecendo no cargo até 1985. Durante a ditadura militar José Sarney também investiu em seu patrimônio, principalmente no setor de comunicação. Comprou o jornal O Dia, que serviu de base para o Sistema Mirante de Comunicação, com canal de televisão de afiliada da Rede Globo e estações de rádio AM e FM. A família Sarney é uma das famílias com maior concentração de renda do estado do Maranhão.
Um ano antes ele migrou para o PMDB e saiu vice candidato à presidência da república na chapa com Tancredo Neves, que acabou eleita via eleição indireta pelo colégio eleitoral. Com a ascensão da dupla de civis à presidência chegava ao fim a ditadura militar no Brasil. Mas, o que parecia acalmar se agitou.
Tancredo Neves faleceu e não tomou posse. Ele representava a esperança em um futuro que se imaginava mais democrático. José Sarney assumiu o cargo de presidente da república, exercendo-o até o final do mandato em 1990. No entanto, por seu histórico próximo aos militares seu nome gerou desconfiança. Seu governo foi marcado pela convocação da Assembleia Constituinte e pela aprovação da nova constituição brasileira – a Constituição Cidadã – de 1988. Além disso, a economia vivenciou longos períodos de inflação. Para contornar os problemas econômicos foram elaborados diversos planos – Cruzado, Bresser, Verão – mas nenhum deles conseguiu conter a recessão econômica. Após a sua atuação na presidência da república, ainda se candidatou a senador pelo estado do Amapá e foi eleito e depois reeleito, ocupando o cargo no senado federal entre os anos de 1991 e 2015, chegando a presidir a casa em mais de uma oportunidade, pelo PMDB. EM 2014 José Sarney anunciou o fim de sua carreira política para o ano seguinte e a dedicação exclusiva para a carreira literária. Em sua trajetória seu nome foi envolvido em escândalos, que o acusavam de superfaturar obras e desviar verbas das contas públicas. Desde o início de sua carreira na década de 1950 José Sarney atuou por mais de sessenta anos na vida pública.
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Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/jose-sarney/