Leonardo da Vinci

Por Liane Carvalho Oleques

Mestre em Artes Visuais (UDESC, 2010)
Graduada em Licenciatura em Desenho e Plástica (UFSM, 2008)

Categorias: Biografias, Pintura, Renascimento
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Leonardo Da Vinci fez por merecer o título de mais versátil artista de que se tem notícia. Pintor, desenhista, escultor, arquiteto, astrônomo, além de engenheiro de guerra e engenheiro hidráulico entre outros ofícios, cuja mente será sempre objeto de admiração. Juntamente com Rafael e Michelangelo deram base ao Renascimento. Nascido no vilarejo de Vinci, na região de Florença, Itália, em 15 de abril de 1452, era filho ilegítimo de Ser Piero um proprietário rural e Catarine uma camponesa. Numa referência a cidade natal, adotou o sobrenome Da Vinci.

Autorretrato de Leonardo Da Vinci (aproximadamente em 1512).

Desde criança suas habilidades artísticas já eram notadas pelo pai que reuniu alguns de seus trabalhos e encaminhou a oficina de Andrea del Verrocchio (1435-1488), figura de grande importância no âmbito das artes e oficio da região. Leonardo com 14 anos de idade foi aceito na oficina de Verrocchio, passando a ser seu aprendiz. Logo, aos 20 anos, passou a compor a Corporação dos Pintores de Florença, nessa época já era admirado e aceito por outros artistas e intelectuais. Morou em Milão, Veneza e Roma até ser convidado em 1516 pelo soberano francês Francisco I, para morar no Castelo de Clous na França. Aos 67 anos, já abatido e com a mão direita paralisada, morreu em 02 de maio de 1519. Antes de morrer Da Vinci que era canhoto, deixou vários manuscritos que mais tarde seriam reunidos no Tratado sobre a pintura.

Na oficina de Verrocchio, Leonardo teve o aprendizado que levaria para todo vida. Aprendeu as técnicas da fundição e seus segredos; a partir de modelos nus e vestes drapeadas, aprendeu a preparar quadros e esculturas; aprendeu a desenhar animais e plantas, bem como, teve uma base sólida no aprendizado na perspectiva e no uso das cores.

Da Vinci foi um artista cuja genialidade despertou a curiosidade por quase tudo na natureza. Foi um dos primeiros a sondar os segredos do corpo humano e o desenvolvimento dos fetos no útero, dissecando cadáveres. Observou o voo dos pássaros e insetos, o crescimento das plantas, as formas, sons e cores da natureza, que por sua vez, dariam base a sua arte. Além disso, dedicou-se a escrever da direita para esquerda de maneira que suas anotações só poderiam ser lidas refletidas no espelho e foi o inventor de uma técnica que os italianos chamaram de “sfumato”, que consistia em fazer com que uma forma se misturasse a outra por meio de contornos embaçados e cores suaves. Leonardo Da Vinci recusava-se a entregar uma encomenda de um quadro enquanto não tivesse satisfeito com ela.

Como inventor criou centenas de projetos de hidráulica, cosmologia, geologia, mecânica, música e audaciosos projetos de engenharia. Na década de 1960 em Madri, descobriu-se mais de 700 páginas de desenhos sobre aviação, arquitetura e engenharia mecânica, datadas entre 1491 e 1495. Muito embora a maioria de seus projetos nunca tenha saído do papel é inegável sua contribuição para as ciências.

Entre suas obras mais famosas estão Mona Lisa ou Gioconda (1503-1505) na qual fez uso da técnica do esfumado que havia criado, encontra-se atualmente no Museu do Louvre em Paris; e A última ceia (1495-1497), um mural representando Cristo e seus apóstolos encomendado pela Igreja de Santa Maria dele Grazie, em Milão. O fato de não ter assinado suas obras, faz com que muitos de seus trabalhos ainda estejam perdidos, além disso, ganhou fama por deixar grande parte de suas obras inacabadas. O Papa Leão X ao se referir a essa característica proferiu: “Da Vinci gosta mais do caminho que da chegada, mais do processo que do resultado.”

Veja também:

Referências:
Pinacoteca Caras. São Paulo: Editora Abril, 1998, nº 01.
GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

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