Leonhard Paul Euler foi sem dúvida um dos matemáticos mais notáveis de todos os tempos e suas contribuições para a física e a matemática ecoam até hoje. Nascido na Suíça em 15 de abril de 1707, Euler teve uma bem sucedida carreira acadêmica com contribuições e descobertas em geometria, análise matemática, teoria dos números, cálculo, lógica e foi o matemático pioneiro da Teoria dos Grafos.
Euler publicou mais do que qualquer matemático havia feito até então, seu trabalho compreende cerca de 80 volumes. Fascinado por notações matemáticas e fórmulas, Euler define a maioria das notações usadas hoje como f(x) que indica uma função f que depende de uma variável x, a constante e que também é chamada de número de Euler, a parte imaginária i de um número complexo, o símbolo de somatório ∑ e popularizou o uso da letra grega 𝜋. Uma de suas fórmulas mais famosas, a identidade de Euler, que compreende o uso de constantes muito comuns na matemática, ficou muito conhecida, sendo nomeada por muitos a identidade mais bela da matemática:
Dentre as inúmeras contribuições de Euler, destaca-se a solução do problema das pontes de Königsberg, que abriu caminho para a Teoria dos Grafos.
O problema enunciava: É possível cruzar cada uma das sete pontes de Königsberg uma única vez, retornando ao ponto de partida? Euler publicou a solução do problema em 1736 onde, contando as pontes ao redor de cada área provou que isto não era possível, percebendo que só seria possível atravessar o caminho inteiro passando uma única vez em cada ponte se houvesse exatamente zero ou dois pontos de onde saísse um número ímpar de caminhos. A resolução deste problema é considerado como o primeiro teorema da Teoria dos Grafos e um dos primeiros resultados topológicos da geometria.
Na física, Euler também contribuiu muito. Publicou trabalhos acerca da cinemática dos corpos, introduzindo também o teorema de Euler para os ângulos de rotação. Seu nome é citado frequentemente na mecânica, onde obteve avanços significativos no Cálculo Variacional, onde ele generaliza o princípio da mínima ação, que posteriormente tornaram-se as bases para a mecânica Lagrangiana (que é uma formulação da mecânica clássica fundamentada por Joseph-Louis Lagrange, que combina a conservação do momento linear com a conservação da energia). A Equação de Euler-Lagrange foi descoberta em meados de 1750 por Euler e Lagrange na tentativa de solucionar um problema da mecânica que consistia em encontrar uma curva no qual o tempo gasto por um objeto para deslizar sobre ela até certo ponto fosse o mínimo, independente do seu ponto de partida. Este problema também é conhecido como problema da Braquistócrona. Lagrange soluciona o problema e envia a solução para Euler que, em suas mãos, desenvolveu o método de Lagrange levando a formulação Lagrangiana da mecânica e a descoberta do cálculo das variações. Essa e outras contribuições também são devidas à Euler no campo da astronomia, ótica, mecânica dos fluidos e até na teoria musical.
Euler morre no dia 18 de setembro de 1783, aos 76 anos, devido a uma hemorragia cerebral. Instantes antes de sua morte, na mesma data, Euler discutia com seu colega Anders Lexell sobre a descoberta do planeta Urano e a sua órbita ao redor do sol, morrendo horas depois. Seu trabalho lhe garantiu o posto de um dos grandes matemáticos de todos os tempos, assim como Newton, Arquimedes e Gauss.
Referências bibliográficas:
BOYER, Carl B. História da Matemática. São Paulo: Blucher, 2012.
ROQUE, Tatiana. História da Matemática – Uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas. São Paulo: Zahar, 2012.
ROONEY, Anne. A História da Matemática. São Paulo: M. Books do Brasil Editora, 2012.