Nascido em cinco de setembro de 1638, o futuro Luís XIV era o filho mais velho do rei Luís XIII de França (1601-43) com sua consorte espanhola Ana (1601-66). Considerando-se que houvera mais de vinte anos de um casamento estéril entre os seus pais antes que o futuro Rei Sol viesse à luz, desde pequeno Luís foi cognominado como um “presente de Deus”.
Pouco antes do quinto aniversário do menino, seu pai Luís XIII faleceria. Embora entre os seus desejos finais estivesse especificado que a regência não deveria ter a participação de sua esposa, Ana conseguiu arregimentar o apoio do Parlamento e tornar-se a única regente de Luís XIV, mantendo o posto por vários anos. Junto com seu primeiro-ministro, o cardeal Mazarin (1602-61), ela enfrentou a série de revoltas civis conhecidas em seu conjunto como Fronda. Estes motins apenas terminariam em 1652, quando Luís XIV alcançou a maioridade e pôde preservar a cambaleante autoridade real da Casa de Bourbon. Em 1659, a paz com Espanha foi alcançada; para cimentar o fim das hostilidades, Luís XIV se casaria no ano seguinte com a primogênita do rei espanhol, Maria Teresa.
Até 1661, as tarefas de governança eram em boa medida deixadas aos cuidados de Mazarin. Quando este faleceu, o rei optou por não nomear um substituto, e assumiu plena responsabilidade em relação ao reino. De acordo com a teoria política predominante na época, Luís XIV via seu poder como sendo derivado diretamente de Deus; logo, suas vontades não deveriam ser contestadas. Desta forma, Luís XIV é o expoente máximo do sistema político conhecido como absolutismo.
Adotando o sol como o seu emblema, Luís XIV trabalhou com seu ministro de Finanças – Jean-Baptiste Colbert – para reformar a organização financeira do reino. Isso permitiria que o exército e a marinha fossem expandidos, o que ajudaria a marcar a política externa deste reinado como bastante agressiva – como visto nas últimas três décadas de reinado de Luís XIV, quando França enfrentaria sucessivamente a Guerra da Liga de Augsburgo e a Guerra de Sucessão Espanhola; esta última causaria fome generalizada e endividaria profundamente o reino francês, tornando Luís XIV impopular. Em 1685, numa procura para obter uniformidade religiosa na França, o Édito de Nantes – que permitia liberdade de culto para os protestantes franceses – seria revogado. Milhares de huguenotes partiriam para a Holanda ou Inglaterra.
O reinado de Luís XIV é mais conhecido por ter sido o período onde foi construído o famoso palácio de Versalhes. Erguido por vontade do monarca, que desejava centralizar a administração do reino e tornar a nobreza dependente, o palácio seria construído por vários anos antes que, em 1682, o rei fosse para lá com sua corte. Eventualmente, seria o lar de nada menos do que 60.000 pessoas. Versalhes seria a sede do governo francês até a Revolução de 1789.
Apesar de ter tido vários filhos e filhas com suas amantes ao longo dos anos, quando Luís XIV faleceu em Versalhes - alguns dias antes do que teria sido seu 77º aniversário – o herdeiro do trono era seu bisneto homônimo de apenas cinco anos de idade, conhecido depois de sua ascensão como Luís XV (1710-74). Tendo reinado durante pouco mais de 70 anos, Luís XIV ainda é o mais longevo governante ocidental.
Bibliografia:
https://www.biography.com/people/louis-xiv-9386885
http://www.telegraph.co.uk/tv/2016/06/01/who-was-louis-xiv-of-france-everything-you-need-to-know-about-th/
http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/louis_xiv.shtml
https://www.britannica.com/biography/Anne-of-Austria
https://www.biography.com/people/anne-of-austria-9185816