Luiz Gonzaga

Por Denize Martins Silva
Categorias: Biografias
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Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu, 13 de Dezembro de 1912 – Recife, 2 de Agosto de 1989) foi um compositor e cantor brasileiro. Reconhecido como o Rei do Baião, Gonzaga é considerado um dos mais importantes artistas da música popular brasileira.

Origem e ida para o Rio de Janeiro

Quando ainda criança, Luiz Gonzaga aprendeu com o pai, um trabalhador da roça, a tocar o acordeão, instrumento base das músicas que viria a compor. Após suas primeiras apresentações ao lado do pai em feiras e bailes, com apenas 13 anos o jovem músico já era convidado para shows solo.

Por volta dos seus 18 anos de idade, Luiz Gonzaga foi para Fortaleza, onde acabou ingressando no exército em julho de 1930. Nesse período, combateu cangaceiros, dentre eles Virgulino Ferreira, conhecido como Lampião. Se para as autoridades o cangaço era sinônimo de banditismo e que, por esse motivo, deveria ser exterminado, para boa parte da população sertaneja os cangaceiros representavam o heroísmo e o senso de honra. Talvez por isso Luiz Gonzaga tenha criado admiração por Lampião, usando-o posteriormente como inspiração para suas apresentações. Após vários anos viajando o Brasil como soldado, deu baixa no exército em 1939, na cidade do Rio de Janeiro.

Foi no Rio, então capital do país, que Luiz Gonzaga passou a ganhar atenção no meio artístico. Tocou em bares, cabarés e shows de calouros, apresentando canções de sua terra e recebendo boa resposta do público sudestino, interessado pelo novo estilo musical proposto pelo artista.

Obras

Luiz Gonzaga levou para o sudeste brasileiro o chamado forró pé de serra, geralmente executado pelo trio acordeão, zabumba e triângulo. A expressão surgiu para designar o gênero musical que era tocado na região montanhosa do Araripe, divisa entre os estados de Pernambuco e do Ceará. Exu, cidade natal do compositor, fica à altura da Serra do Araripe. A região inspirou diversas músicas de Luiz Gonzaga, incluindo a famosa No Meu Pé de Serra, de 1972.

Outra canção emblemática é Asa Branca, composta em 1947, numa parceria com Humberto Teixeira. A música retrata a seca do sertão nordestino, sendo considerada muito importante pela representatividade que carrega.

O sanfoneiro também fez várias parcerias com outros compositores da época, dentre eles Zé Dantas e João da Silva. Com Zé Dantas produziu as notáveis A Dança da Moda e O Xote das Meninas.

Luiz Gonzaga e a música de baião foram perdendo espaço no final dos anos 1950 para a bossa nova, um movimento que surgiu na zona sul da cidade do Rio de Janeiro e que buscava uma renovação do samba.

Vida pessoal e familiar

Em 1945, Luiz Gonzaga conheceu a cantora e dançarina Odaléia Guedes dos Santos, conhecida como Léia. A mulher já estava grávida ao conhecer o músico, que assumiu a paternidade da criança, batizada como Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que viria a se tornar o conhecido cantor e compositor da música popular brasileira, principalmente da bossa nova, Gonzaguinha.

A relação de Luiz Gonzaga com o filho foi conturbada durante a infância e adolescência do garoto. Entretanto, após Gonzaguinha concluir o curso de economia na Universidade Cândido Mendes, e, posteriormente, tornar-se músico, os dois começaram a se entender melhor, chegando a compor músicas juntos.

Em 1948, Luiz Gonzaga se casou com Helena Cavalcanti, com quem permaneceu junto até o fim de sua vida. Não tiveram filhos legítimos, pelo motivo de Luiz Gonzaga provavelmente ter sido estéreo, mas adotaram uma menina em 1952, batizada Rosa Cavalcanti Gonzaga do Nascimento.

Em 2 de agosto de 1989, na capital pernambucana, o sanfoneiro veio a falecer vítima de uma parada cardiorrespiratória. Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco e encontra-se sepultado em Exu, sua cidade natal.

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