Marina Silva é uma professora, historiadora, ativista ambiental e política brasileira, notória por suas defesas em relação as condições de vida dos seringueiros, indígenas e por suas denúncias contra o desmatamento e por ter sido a senadora mais jovem da história republicana brasileira.
Marina Silva nasceu no dia 08 de fevereiro de 1958, na comunidade de Breu Velho, no seringal Bagaço, na cidade de Rio Branco (estado do Acre). Vinda de uma família humilde de seringueiros, e contanto com 11 irmãos, dois quais três faleceram, teve uma infância marcada por dificuldades, pois teve que trabalhar desde cedo na extração do látex, fluido oriundo de uma arvore chamada seringueira, utilizada na fabricação de borracha. Era com essa renda que sua família se sustentava.
Sua mãe faleceu quando ela tinha 15 anos, e posteriormente, Marina veio a contrair hepatite reiteradas vezes, o que a forçou a se deslocar para a capital Rio Branco, em busca de tratamento. Na capital, Marina conseguiu se hospedar em uma casa, pertencente a entidade religiosa Servas de Maria Reparadora. Nesse período de sua vida, alternou entre estudos e trabalhos domésticos para se sustentar, conseguindo adentrar no ensino superior.
Formou-se em História pela Universidade Federal do Acre e especializou-se Teoria Psicanalítica, e depois em Psicopedagogia, na Universidade de Brasília e na Universidade Católica de Brasília. Nessa época, interessou-se pelas causas e lutas sociais, e adentrou em um curso para habilitar-se como liderança sindical rural, onde se aproximou do professor Clodovis Boff e do líder das iniciativas dos seringueiros Chico Medes (morto anos mais tarde, por seu ativismo na proteção ao meio ambiente).
Chico Mendes a trouxe para o âmbito dos “empates”, onde Marina se inteirou das formas de resistência dos seringueiros e seus familiares, contra o desmatamento. Um dos métodos mais notórios, era a prática de formar uma corrente humana, com pessoas de mãos dadas, que protegiam a floresta dos desmatadores.
Em 1984 Maria participou da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Acre e um ano depois, se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT). Marina se elegeu vereadora por Rio Branco em 1988. Conseguiu vencer as eleições para deputada estadual em 1990; tornou-se senadora em 1994, e como tinha apenas 35 anos, tornou-se a senadora mais jovem do Brasil republicano até então. Marina Silva se juntou a oposição, em 1997, a emenda que permitia à reeleição de presidentes, governadores e prefeitos; a oposição não conseguiu resultados, e emenda foi aprovada.
Marina foi a primeira mulher a utilizar calças jeans no senado, contrariando uma regra que proibia o uso, por parte das mulheres, de calças cumpridas no plenário. Como senadora, tentou facilitar o andamento da reforma agrária, combater a aposentadoria cumulativa de juízes, governadores e parlamentares, além de tentar regulamentar o uso de materiais biológicos e genéticos no Brasil. Em 2002 foi reeleita para o senado, mas, aceitou uma proposta, já em 2003, para se tornar a ministra do Meio Ambiente, no contexto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marina permaneceu nesse cargo até 2008, quando pediu oficialmente a demissão do cargo.
Enquanto esteve no ministério do Meio Ambiente, Marina se envolveu em uma série de processos e iniciativas que visavam diminuir o desmatamento na Amazônia, através do auxílio do INP. Se envolveu em polêmicas, ao alertar para possíveis danos ao meio ambiente oriundos da transposição do Rio São Francisco e da construção de cinco novas hidrelétricas, como Angra III. Não obtendo vitórias nessas questões, e se desgastando, deixou o cargo em 13 de maio.
Em 2009, anunciando que não via no PT condições de continuar sua luta ambiental, desfiliou-se do partido, entrando em outro, denominado de PV (Partido Verde), no qual disputou as eleições presidenciais de 2010.
Maria Silva disputou as corridas eleitorais para a Presidência da República em 2010, 2014 e em 2018. Em 2002 apoiou a reeleição do ex-presidente Lula, contrapondo-se a Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente, cujo governo, fora alvo de suas críticas.
Fontes:
Marina Osmarina Silva de Souza. In: Acervo de verbetes da FGV. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas CPDOC. Disponível em: https://www18.fgv.br/CPDOC/acervo/dicionarios/verbete-biografico/maria-osmarina-silva-de-sousa (Acessado dia: 30/11/2022).
MariaSilva.org. Disponível em: https://marinasilva.org.br/sobre/ ( Acessado dia: 30/11/2022).
Senado: Maria Silva. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/59 ( Acessado dia: 30/11/2022).