O filósofo e teólogo francês Nicolas Malebranche nasceu em Paris no dia 6 de agosto de 1638, no seio de uma família importante. Era o filho mais novo de Nicolas Malebranche, que assessorava então o monarca Luís XIII. O estudioso viria a se tornar um dos nomes mais significativos do ocasionalismo, teoria filosófica segundo a qual as ações da alma sobre o corpo e deste na alma humana nascem, na verdade, da vontade divina.
Mais tarde ele teve a possibilidade de ingressar no Colégio de la Marche, onde cursou filosofia por um ano; logo depois cursou teologia na Universidade Sorbonne, ao longo de três anos. Ao perder os pais, foi aceito na Ordem dos Oratorianos de São Filipe Néri, em 1660. Após quatro anos ele foi ordenado sacerdote, mas nunca lhe foram atribuídas tarefas particulares; ele pode, então, se devotar às atividades intelectuais por toda sua existência.
Nesta ocasião ele se devotou à compreensão dos textos de Descartes, que o empolgaram a ponto de levá-lo a optar pelos estudos filosóficos, em uma era na qual as pesquisas sobre Aristóteles e Tomás de Aquino eram compulsórias. Entre os Oratorianos prevaleciam as teses de Agostinho, que guardam uma certa influência do filósofo racionalista, o que estimulava ainda mais as inclinações de Malebranche.
Em 1598 o soberano francês Henrique IV havia promulgado o Édito de Nantes, que tolerava a prática do Protestantismo. Em 1685 ele é anulado por Luís XIV, e Malebranche recebe a incumbência de doutrinar os fiéis recentemente convertidos.
A obra mais importante deste filósofo é Da Procura da Verdade; aí ele discorre sobre a essência do espírito do Homem e as precauções que o ser deve tomar para não cair em erro nos estudos científicos. Assim, a intensa interação entre alma e corpo permite que qualquer erro seja invalidado. Malebranche crê que o engano é a fonte do sofrimento humano.
Os equívocos deveriam, portanto, ser desmascarados por meio do conhecimento das intuições do espírito, perpetrados de três diferentes formas – através dos sentidos, da imaginação e da razão. Desta forma ele defendia a avaliação das ilusões por cada um destes canais, o que resultaria na revelação da verdade. Seu livro foi editado em três volumes – um em 1674, os outros em 1675.
Malebranche logo adotou o racionalismo cartesiano, radicalizando-o ainda mais com suas teses ocasionalistas. Esta teoria do filósofo está profundamente enraizada nos próprios ensinamentos de Santo Agostinho, que declara, em seus textos, a total autonomia do saber no que se refere à experiência dos sentidos, e a soberania da ação de Deus, pois Ele é a fonte de tudo. Assim, o filósofo reafirma a predestinação humana.
Sua obra completa - que compreende também cartas e artigos menos extensos - está condensada em vinte volumes. Outros trabalhos significativos podem ser citados: Tratado da natureza e da graça, de 1680; Tratado de moral, de 1684; Meditações metafísicas e cristãs, de 1684; e Tratado do amor de Deus, de 1687. O filósofo morreu no dia 13 de outubro de 1715, em Paris.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolas_Malebranche
http://www.cobra.pages.nom.br/fm-malebranche.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ocasionalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89dito_de_Nantes