Reconhecido como um dos mais importantes bandeirantes do primeiro período de bandeiras e entradas, Nicolau Barreto tinha como irmãos Francisco Barreto e Roque Barreto, que também eram sertanistas. Nicolau casou-se com a filha de Jorge Moreira (capitão-mor), Lucrécia Moreira.
Nascidos no Rio de Janeiro, Nicolau Barreto e seus dois irmãos eram integrantes do movimento devassador dos Sá. Após se mudarem para São Paulo, Roque Barreto, com nomeação concedida pelo donatário, tornou-se capitão-mor. Já Francisco Barreto participou de bandeiras no sertão, partindo no ano de 1607 com expedição pelo porto fluvial de Pirapitingui em área onde as bandeiras contavam com um bom terreno para a caça.
No ano de 1602, Nicolau Barreto organizou uma bandeira que contava com 300 brancos, mamelucos e indígenas, acompanhada por três capelães, dentre os quais se destacou João Alves (ou Álvares). Com apoio instrumental de D. Francisco de Sousa, sétimo governador do Brasil, o grupo desceu o rio Tietê e se instalou no baixo do rio Paraná, onde tinham o objetivo de descobrir metais preciosos como prata e ouro. Nesta região, prenderam aproximadamente 3.000 nativos, que foram cristianizados em um período de dois anos. Desta bandeira, participaram outros conhecidos sertanistas como Jorge de Barros Fajardo, Simão Borges Cerqueira e Afonso Sardinha, o Moço.
Após a realização desta expedição começam a surgir muitas indagações a respeito da forma como foi feita, o que acabou incriminando muitos de seus integrantes. Assim, mais de 60 sertanistas foram a obrigados a fugir para evitar a prisão. De acordo com alguns historiadores, a bandeira de Nicolau Barreto teria feito o seguinte caminho: após passarem do Paraná ao rio Paraguai, eles chegaram à área onde atualmente localiza-se a Bolívia, invadindo o então Peru para a Província do Guairá enquanto lutavam com os temiminós. Depois, indo por um dos afluentes do rio Paraná, o Caminho do Piquiri, há teorias sobre uma possível chegada em Potosi, chegando ao rio Madeira ou ao rio tributário do Pilcomaio.
No período entre 1610 e 1636, um dos sertanistas da bandeira de Nicolau Barreto, Domingos Fernandes, em conjunto com Cristóvão Diniz e um grupo de índios bugres, foram os responsáveis pela fundação de uma aldeia na região de Piratininga. No local, foi construída uma capela em homenagem à Nossa Senhora da Candelária.
Fontes:PRADO, J. F. de Almeida; Maria Stella Brucce. As bandeiras. São Paulo: IBRASA, 1986. 176 p.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Barretohttp://www.cdpb.org.br/bandeiras_paulistas.pdf