Alexandre VI foi o 214º papa da história da Igreja Católica.
Apesar de iniciar seu papado com tranquilidade, tornou tudo mais complicado em função da ganância que tinha por favorecer sua família. Fez de muitos dos seus parentes cardeais. Tinha como inimigo o cardeal Giuliano della Rovere que o acusou de simonia e ajudou o rei francês Carlos VIII invadir a Itália para depô-lo. Todavia, o papa negociou com o rei e pacificou a situação. Sua ganância pelo poder familiar só foi moderada quando seu filho, Duque de Gandia, foi assassinado. O Papa Alexandre VI encontrou seu corpo mutilado no Rio Tibre e ficou entristecido considerando que era uma punição de seus pecados. Isso o levou a convocar os cardeais e acabar com o nepotismo. No entanto, as reformas não tiveram prosseguimento.
O papado de Alexandre VI é destacadamente negativo na história da Igreja Católica. Roma sofria, na época, com a criminalidade e a violência nas ruas, mas o papa estava mais preocupado com suas comédias, seus banquetes e seus bailes, pagos com as finanças da instituição religiosa. Alexandre VI era reconhecidamente corrupto e pouco dado às virtudes cristãs. Possuía seus vários filhos, tinha muitas amantes e ainda organizava orgias no Vaticano.
Alexandre VI foi patrocinador das artes e, neste sentido, deixou um legado de restaurações e decorações em Roma, permitindo ainda o florescimento de poetas e outros artistas. Seu principal legado, contudo, foram as Bulas Alexandrinas, iniciando a divisão de terras entre portugueses e espanhóis no mundo, que seria definitivamente confirmada com o Tratado de Tordesilhas, no papado de Júlio II. Mas é certo que Alexandre VI não era preparado para o cargo que ocupava. É considerado por muitos o pior papa da história da Igreja Católica.
Após 11 anos de papado, Alexandre VI foi acometido por uma grave doença, juntamente com seu filho César. Este conseguiu se recuperar, mas o papa sucumbiu no dia 18 de agosto de 1503, aos 72 anos de idade. Seu sepultamento foi breve e sem muitas comemorações na igreja Santa Maria in Monserrato, na Espanha. Foi sucedido pelo Papa Pio III.
Fontes:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.
FISCHER-WOLLPERT, Rudolf. Os Papas e o Papado. Petrópolis: Editora Vozes.