Anastácio I foi o 39º papa da história da Igreja Católica.
Nascido em Roma no ano 340, Anastácio era filho de Maximus, um cidadão romano com pouca influência. Sabe-se pouco sobre a vida de Anastácio, sendo que as principais fontes de informação sobre ele são provenientes das correspondências trocadas com Jerônimo, reconhecido, mais tarde, como santo. Sabe-se, contudo, que o contexto em viveu já oferecia privilégios muito maiores aos cristãos do que seus antepassados. Os seguidores de Jesus Cristo já não eram mais intensamente perseguidos e o paganismo perdia influência gradativamente. Com esse cenário, Anastácio foi eleito, no dia 27 de novembro de 399, para suceder o Papa Sirício.
O Papa Anastácio I, logo ao tomar posse, tinha um problema duradouro para solucionar, o cisma entre a Igreja de Roma e a Igreja da Antióquia, sobre o qual obteve sucesso. Administrando, então, sob uma situação mais confortável, o papa empreendeu uma batalha contra os seguidores de costumes que julgava imorais. Estavam incluídos nessa categoria os indivíduos que defendiam a ideia da união entre matéria e divindade. Assim, enfrentando os ditos hereges, Anastácio I condenou o maniqueísmo, o donatismo e, em especial, o origenismo, que eram seguidores de Orígenes de Alexandria, um escritor cristão de grande erudição que influenciou muitos outros escritores cristãos e que misturava elementos da gnose e do cristianismo, afirmando a restauração final de todos os seres. Sua condenação foi um pedido de Teófilo de Alexandria, patriarca da cidade. O donatismo também não era bem recebido pelo papa, era considerado herético e cismático. Os seguidores da doutrina que surgiu no Norte da África argumentavam que a Igreja não deveria admitir e perdoar pecadores.
O papado de Anastácio I deixou como principal legado para a liturgia católica a obrigação dos sacerdotes permanecerem de pé durante a leitura do Evangelho. No mais, seu papado foi muito curto, apenas dois anos. Ele faleceu no dia 19 de dezembro de 401, aos 61 anos de idade, de causas desconhecidas ainda. Seu sucessor foi o Papa Inocêncio I.
Fontes:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.
FISCHER-WOLLPERT, Rudolf. Os Papas e o Papado. Petrópolis: Editora Vozes.
THOMAS, P. C. A Compact History of the Popes. St Paulos BYB, 2007.