Ponciano foi o 18º papa da história da Igreja Católica.
Nascido em Roma no ano 175, Ponciano vivenciou o período inicial do cristianismo marcado pela perseguição religiosa e o não reconhecimento do Império Romano. Naquela época, os cristãos enfrentavam grandes dificuldades para se expressar e, à exceção de Pedro, os papas se revezavam na liderança da Igreja com alta frequência. Não se sabe muito a respeito da vida particular de Ponciano antes de ser papa, somente pode-se inferir sua representatividade para a comunidade cristã.
Com o falecimento do papa Urbano I em 230, um conclave se formou para eleger o novo papa. No dia 21 de julho de 230, Ponciano foi eleito para assumir o posto de liderança da Igreja. O pontificado de Ponciano começou em meio a um cisma existente no catolicismo, o qual o novo papa superou de forma singular. Para interromper a divisão que existia em sua religião, Ponciano e outros líderes da Igreja foram exilados pelo imperador romano Maximino Trácio. Todos eles foram enviados para Sardenha. Ponciano não gostou da medida imposta e, para resolver o cisma, renunciou ao seu posto. Foi, assim, o primeiro papa da história da Igreja Católica a renunciar seu papado.
O papa Ponciano enfrentou de frente o antipapa Hipólito que existia na época em que assumiu o papado. Ponciano tinha um relacionamento muito bom com o imperador Alexandre Severo, mas quando este foi destituído e morto Maximino Trácio tomou o poder. Maximino é reconhecido como o primeiro bárbaro a reger Roma. Também foi o primeiro imperador que comandou o império sem nem colocar o pé na cidade de Roma. Maximino reativou uma forte perseguição aos cristãos e exilou o papa e o antipapa. O cisma foi resolvido com a abdicação de ambos em favor de um único papa, Antero.
Ponciano renunciou no dia 28 de setembro de 235. Não se sabe quanto tempo ele permaneceu exilado, mas sabe-se que Ponciano e Hipólito foram martirizados até a morte. Ponciano trabalhou forçadamente e de forma desumana nas minas de Sardenha, o que levou à sua morte por esgotamento. Seus restos mortais foram, então, levados para Roma e enterrados na catacumba do papa Calisto I.
Fonte:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.