Sisto I foi o sétimo papa da história da Igreja Católica.
Nascido em Roma no ano 42, Elvidius Xystus, ou simplesmente Sisto, era filho de um romano que tinha o nome de Pastor. Viveu em um período muito próximo dos primeiros cristãos e do próprio Jesus Cristo e de São Pedro, considerado o primeiro papa. É um período também de muitas dificuldades para esses fieis, pois havia grande perseguição do Império Romano, que professava o paganismo como religião oficial. Nessa época, a Igreja Católica ainda não estava consolidada como instituição e tampouco gozava do prestígio que a caracterizaria a partir da Idade Média.
Segundo consta sobre os papas primitivos no anuário publicado pelo Vaticano, Sisto teria sido Bispo de Roma quando Adriano era o imperador, período que estaria compreendido entre 117 e 126. Mas há outras fontes que contestam essa afirmação e pesquisadores que apontam outras datas. O único consenso, aparentemente, é de que Sisto teria liderado os fieis do cristianismo por dez anos. Ponderando as argumentações sobre seu pontificado, parece mais adequado dizer que Sisto se tornou papa no ano 115 sucedendo Alexandre I.
O Papa Sisto I enfrentou as primeiras divergências entre a Igreja de Roma e as Igrejas do Oriente e, curiosamente, um dos principais motivos foi a Páscoa. Esta era uma celebração já estabelecida entre os cristãos orientais e que ainda não havia sido adotada no Ocidente. Hoje, no entanto, é uma das celebrações mais marcantes e importantes da Igreja Católica Romana. Outro enfrentamento ocorreu contra os adeptos da gnose, que procuravam conciliar todas as religiões e explicar o sentido mais profundo de tudo. Combateu fortemente as doutrinas gnósticas. Mas, além da divergência, Sisto I estabeleceu importantes atos para os católicos. Foi este papa que determinou que ninguém, além dos presbíteros e ministros do culto, pode tocar no cálice e na patena durante a consagração. Determinou também que os bispos consagrados deveriam ter um documento comprobatório do papa.
O Papa Sisto I parece ter sido muito influente na tradição litúrgica do catolicismo. Foi autor de duas epístolas. A primeira acerca da doutrina da Santíssima Trindade e a segunda sobre o primado do Bispo de Roma sobre as igrejas particulares. Foi o primeiro papa a enviar um missionário para evangelização da Gália.
O Papa Sisto I deu importante continuidade ao trabalho de estruturação eclesiástica e fundamentou ritos que se tornaram marcantes na Igreja Católica. Pelo que consta, deu auxílio paternal aos mártires cristãos e foi igualmente martirizado. Faleceu no dia sete de fevereiro de 125, aos 83 anos de idade, e foi sepultado na Basílica de São Pedro. Seu sucessor foi o Papa Telésforo.
Fontes:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.
FISCHER-WOLLPERT, Rudolf. Os Papas e o Papado. Petrópolis: Editora Vozes.