Um dos maiores nomes da literatura angolana, Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, mais conhecido como Pepetela, nasceu no dia 29 de outubro de 1941 em Angola, na região litorânea de Benguela. Sua família tinha raízes fincadas entre os colonos deste país da África, porém seus pais já eram angolanos de nascimento.
Pepetela realiza seus primeiros estudos, o Primário e parte do Secundário, em sua terra natal, onde permaneceu até 1956. Logo depois partiu para Lubango, pois só aí teve a possibilidade de completar seus estudos, no Liceu Diogo Cão, seguindo posteriormente para Lisboa, com o objetivo de cursar o Instituto Superior Técnico.
Na capital portuguesa ele também integrou a Casa dos Estudantes do Império, principiando desta forma sua trajetória política e literária. Entre outras atividades, ele se torna um dos criadores do Centro de Estudos Angolanos, o qual integra enquanto representante do MPLA.
Em 1960 o futuro escritor entrou na Faculdade de Engenharia, mas logo em seguida optou por Letras, para depois de um ano decidir-se pela carreira política, ingressando, em 1963, no MPLA – Movimento Popular para a Libertação de Angola. Esta escolha subverteria completamente seu futuro, pois as experiências conquistadas no testemunho direto da história angolana inspirariam sua obra e sua própria trajetória existencial.
Durante algum tempo Pepetela é obrigado a buscar abrigo na França e na Argélia. Mas após a tão desejada libertação de Angola, o romancista retorna, em 1975, para seu país, assumindo o cargo de Vice-Ministro da Educação, sob a liderança do Presidente Agostinho Neto.
Ele acaba se licenciando em Sociologia na Universidade de Argel, o que lhe permite, após a deserção do caminho político, optar pela docência na Faculdade de Arquitetura de Luanda. A partir de então ele passa a ministrar aulas e, ao mesmo tempo, a desenvolver sua carreira literária, a qual somente ganha impulso depois da Independência.
Boa parte de sua obra só foi lançada depois de seu retorno do exílio. Entre seus livros mais importantes estão Muana puó (1978), As aventuras de Ngunga (1979), Mayombe (1980), A geração da utopia (1992), Parábola do cágado velho (1996), A gloriosa família (1997). O conteúdo deles gira especialmente em torno da história de seu país, tanto a mais distante, quanto a recente trajetória social e política.
Pepetela atinge o auge de sua carreira literária em 1997, quando conquista o Prêmio Camões, um dos mais renomados e desejados pelos escritores que professam a língua portuguesa, pela totalidade de sua produção. Antes disso, porém, já recebera o Prémio Nacional de Literatura de Angola pela obra Mayombe. Este reconhecimento o consagra como um nome significativo da literatura contemporânea do idioma português.
O autor africano permanece até hoje em Lisboa. Em seu currículo constam também lideranças importantes na esfera cultural, principalmente na União dos Escritores Angolanos e na Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde.
Fontes
https://web.archive.org/web/20200224215207/http://www.citi.pt:80/cultura/literatura/romance/pepetela/biografia.html
https://web.archive.org/web/20101024161512/http://www.pepetela.com.pt:80/bio.php
http://www.tirodeletra.com.br/biografia/Pepetela.htm
https://web.archive.org/web/20091004202606/http://pepetela.no.sapo.pt:80/pagina.htm
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/pepetela/