Roberto Bolaño foi um importante escritor chileno e latino-americano na segunda metade do século XX.
Nascido no dia 28 de abril de 1953, Roberto Bolaño Ávalos era filho de um caminhoneiro e de uma professora na cidade de Santiago, capital do Chile. Ele e sua irmã foram criados no litoral do país, local onde o jovem se tornou um intenso consumidor de livros. Aos 15 anos, Roberto mudou-se com a família para a Cidade do México e abandonou os estudos. O jovem garoto começou a trabalhar como jornalista e a cultivar uma relação com as ideias de esquerda. Iniciado, então, na militância política, retornou ao Chile em 1973 e ajudou no movimento revolucionário que colocou no poder o socialista Salvador Allende.
A primeira grande dificuldade do esquerdista Roberto Bolaño ocorreu com o fim do governo de Salvador Allende no Chile. O presidente foi deposto por um Golpe de Estado do ditador Augusto Pinochet e Roberto Bolaño passou oito dias na cadeia sob a acusação de terrorismo. Só foi liberado porque os carcereiros eram ex-colegas de escola. Depois disso, Roberto virou um andarilho pela América Latina e Europa. Passou pequenos períodos de sua juventude no Chile, México, El Salvador, França e Espanha. Esquerdista convicto, assumiu uma personalidade trotskista.
Ao mesmo tempo em que se dedicava aos ideais de esquerda, Roberto Bolaño iniciava uma carreira literária. Foi membro fundador de um movimento poético conhecido como Infrarrealismo. A caminho do Chile, passou por El Salvador, onde conheceu o poeta Roque Dalton e vivenciou as guerrilhas de libertação nacional. Depois, voltou ao México para viver como um poeta boêmio. Seu comportamento era muito influenciado pelo movimento esquerdista e levava uma vida caótica, o que o fez ser temido pelas editoras.
Mesmo sem ter conquistado sucesso literário ainda, Roberto sofria rejeições de editoras e decidiu mudar-se para Espanha, em 1977. Morando em Barcelona, trabalhou como lavador de pratos e gari. Apesar das dificuldades, trabalhava durante o dia e escrevia à noite. Foi nessa época também que se casou, fato que mudou sua vida literária. Inicialmente, Roberto Bolaño era um poeta, mas o próprio assumiu que temia pelo sustento de seus filhos e, assim, mudou o gênero, passando a escrever romances de ficção. Ainda assim, embora não fosse mais o teor de suas publicações, continuou escrevendo suas poesias.
Roberto Bolaño desenvolveu uma relação difícil com seu país natal, o Chile. Questionava as condições políticas de seu país e também o comportamento literário do mesmo. Seu desgosto o fez voltar ao Chile apenas uma vez mais depois que se exilou voluntariamente. No início do novo milênio, Bolaño passou por vários problemas de saúde e encontrava-se na lista de espera para doação de rins. Porém não houve tempo suficiente para aguardar, Roberto Bolaño faleceu no dia 15 de julho de 2003 deixando sua esposa e um casal de filhos, Lautaro e Alexandra.
Em sua carreira literária, Roberto sentia-se um poeta, mas destacou-se como autor de romances. Entre suas principais obras estão Noturno do Chile, Amuleto, Estrela Distante, Os Detetives Selvagens, 2666, A Pista de Gelo e Antuérpia. Por seus textos, ganhou vários prêmios literários e foi considerado por outros escritores como o mais importante autor latino-americano de sua geração.
Fonte:
http://www.biografiasyvidas.com/biografia/b/bolano.htm