Rui Barbosa

Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)

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Rui Barbosa nasceu em Salvador, Bahia, em 1849. Era filho de João José Barbosa e Maria Odilia Barbosa de Oliveira. Seu pai embrenhou-se na vida política, e o filho seguiu seus passos e foi além. Foi casado com Maria Augusta Viana Bandeira, com quem teve cinco filhos. Mas, foi na Faculdade de Direito de Recife, onde se matriculou em 1866, que a sua vida política efetivamente começou. No Recife começou a participar da associação abolicionista que fora fundada por Castro Alves.

Em 1868 Rui Barbosa foi transferido para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em São Paulo, onde se formou em 1870, e ali passou a conviver com nomes como Rodrigues Alves e Afonso Pena, futuros presidentes do país. A Faculdade de São Paulo era um local importante da construção de difusão do pensamento liberal, assim como a maçonaria. Rui Barbosa fez parte da loja América, demonstrando assim sua aproximação com essa formação liberal, que tanto defendeu em vida nos cargos públicos que exerceu.

Rui Barbosa.

Ainda durante o Império Rui Barbosa já começou a se envolver com a vida pública. Logo após sua formatura ele retorna à Bahia e passa a atuar no jornal Diário da Bahia, tornando-se uma figura importante no debate político do estado. Ele foi eleito como deputado para a assembleia provincial, dando início a sua carreira política. Esteve vinculado ao Partido Liberal e demonstrava interesse na transformação das relações políticas no país. Embora não tenha participado de forma ativa do golpe da proclamação da república, ele foi um entusiasta do republicanismo, o que fez com quem fosse nomeado como ministro da fazenda do governo provisório de Deodoro da Fonseca, já em 15 de novembro de 1889.

Sua política econômica voltou-se para o incentivo ao desenvolvimento industrial, com medidas como a taxação de produtos importados e a distribuição de crédito para que novos investimentos no país. Como político, fomentou o pensamento liberal, tornando-o presente nas determinações republicanas, como, por exemplo, a separação entre igreja e estado e a defesa de um regime presidencialista e federalista, com fortalecimento do Supremos Tribunal Federal que deveria ser entendido como neutro. Em 1891 ele exerceu um importante papel: fora eleito em 1890 como senador e atuou na constituinte, dando forma ao regime republicano que conhecemos e na constituinte atuou em defesa de um regime presidencialista e federalista – a marca da república no Brasil.

O fim do governo de Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil republicano. O grupo de ministros renunciou aos cargos e, dentre o grupo, estava Rui Barbosa. No lugar do marechal entrou Floriano Peixoto, cujo governo também não aguentou por muito tempo. No entanto, a presença de Floriano à frente do governo republicano mais causou frustração do que contentamento. O que antes parecia ser uma grande solução depois se tornou um problema: Floriano era autoritário e, mesmo republicano, acreditava que a república deveria ser conduzida por homens que brigavam pela centralização do poder e por um estado forte. Durante seu governo houve duas importantes revoltas: a Revolta Federalista no sul do Brasil e a Revolta da Armada no Rio de Janeiro.

Os conflitos foram violentos e geraram perseguições políticas. Rui Barbosa defendeu aqueles que foram perseguidos no contexto daqueles movimentos, colocando-se contrário ao autoritarismo de Floriano. Em 1893 se exilou em Londres, onde permaneceu por um ano. De lá continuou mediando o debate político, especialmente através dos textos que enviava para o Jornal do Commercio, que os publicava. Em 1895 Rui Barbosa voltou ao Brasil e passou a ocupar novamente a sua cadeira no senado federal, e também continuou atuando como advogado e nas redações de jornais.

Entre 1906 e 1909 saiu em defesa de Afonso Pena e foi reeleito senador. Foi neste período que foi reeleito senador e representou o Brasil na Conferência da Paz. Por conta da sua participação recebeu o apelido de Águia de Haia, conhecido até os dias atuais. Por diversas vezes, especialmente ao longo da primeira república, foi incentivado a concorrer para presidência, mas não foi bem sucedido, nunca atingindo o cargo máximo.

Ele faleceu em março de 1923 e sua casa hoje abriga a Fundação Casa de Rui Barbosa.

Referências:

ALENCAR, José Almino de. Rui Barbosa. In: CPDOC-FGV, disponível em http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/BARBOSA,%20Rui.pdf

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