Safo

Por Ana Lucia Santana
Categorias: Biografias, Escritores
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Safo é considerada a maior poetisa grega do gênero lírico, talvez a primeira escritora do sexo feminino a marcar a literatura ocidental. Ela nasceu na ilha de Lesbos, situada no nordeste do Mar Egeu, provavelmente na cidade de Mitilene, em meados do ano de 612 a.C. Apesar da notoriedade de sua obra, seu alto teor de erotismo provocou na Era Medieval a censura de sua poética, o que infelizmente resultou na perda de grande parte dos seus textos – queimados pela Igreja; raros fragmentos sobreviveram ao longo do tempo.

Imagem de Safo, antiga poetisa grega (gravura do século XIX). Foto: Everett Historical / Shutterstock.com

Sua vida é envolta em polêmicas e em nebulosas histórias; é difícil distinguir entre lenda e realidade, até mesmo no que se refere ao seu relacionamento com outras mulheres. Nem seus atrativos físicos encontram um consenso entre seus biógrafos; uns a concebem como dona de uma beleza viva e intensa; outros a imaginam como uma mulher nem tão bela para os padrões da época, baixa e magra, mas com certeza todos reconhecem que ela era extremamente atraente, com seus belos olhos e cabelos negros. Diz-se que esta era a principal causa de seu sucesso, e ela mesma reconhece que não possuía grandes dotes intelectuais. Mas a verdade é que ela, nascida no seio de uma família rica, se dedicou precocemente ao aprendizado da dança, da retórica e da poética, luxo só reservado para as aristocratas nesta época.

No ano de 593 a.C., Lesbos estava sob a ditadura de Pitaco, instalado no poder pelos comerciantes e membros menos prósperos da sociedade. Os aristocratas, inconformados com a perda do poder, tentam resgatá-lo, conspirando contra o estadista. Mas eles são novamente subjugados e seus líderes são enviados para o exílio, entre eles Safo e o poeta Alceu, que se tomou de amores pela poetisa, a se levar em conta a ardente, mas puritana troca de cartas entre ambos. Este falso recato ocultava a total ausência de pudor dos dois artistas, e a total liberalidade da jovem.

Depois do exílio em Pirra, Safo é deportada para a Sicília, bem distante de Lesbos, pois Pitaco sentia-se ameaçado por seus escritos. Lá ela contrai matrimônio com um afortunado industrial de Andros, com quem tem uma filha, Cleis, e depois a deixa viúva e rica. Após permanecer cinco anos fora de sua terra natal, ela retorna e assume a liderança da comunidade local na esfera cultural. Elegante, bela e livre de compromissos, passa a viver sem preceitos morais, com absoluta liberdade.

Ela logo institui uma escola para meninas pertencentes à elite de Mitilene, versando-as no estudo da música, da poesia e da dança. A poetisa se referia às alunas com a expressão heteras ou hetairas, que significa ‘companheiras’. Mas Safo, mestra sem igual, apaixona-se por suas alunas e entre elas elege uma favorita, Átis, considerada sua maior amante. Em um episódio envolvendo um triângulo amoroso, pois sua amada se apaixona por um jovem, a garota é retirada da escola pelos pais. Histórias sobre os hábitos cultivados no colégio de Safo começam a circular pela cidade, o que determina o fim de sua escola.

A profunda desilusão sofrida com a perda da aluna e amante Átis dá início à fase mais rica de sua poética, principalmente com o poema Adeus a Átis, considerado uma de suas composições mais perfeitas, simples e sóbrio. Algumas lendas narram que, em idade mais avançada, ela teria voltado a se apaixonar por homens. Sua obra e sua figura sofreram intenso preconceito ao longo da História, e só em 1897 algumas de suas poesias foram descobertas por alguns arqueólogos. Embora alguns rumores disseminem histórias sobre um possível suicídio da poetisa, em virtude da paixão por um marinheiro, textos remanescentes da poetisa dão conta de que ela chegou à velhice. Ninguém sabe ao certo, porém, como ela morreu, mas é certo que ela é considerada a maior poetisa de todos os tempos.

Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Safo
https://web.archive.org/web/20090713143243/http://kplus.cosmo.com.br:80/materia.asp?co=18&rv=Literatura

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