Tarsila do Amaral foi uma grande pintora e desenhista brasileira com fama no Brasil e no exterior. Nascida em uma família rica e tradicional do interior de São Paulo teve acesso a boas escolas além de concluir seus estudos na Europa. Aprendeu piano e outras línguas, incluindo o francês. Tarsila nasceu em 1º de setembro de 1886 e passou sua infância em meio à natureza na fazenda da família no município de Capivari em São Paulo. Em 1901 matricula-se no colégio Sion onde pinta seu primeiro quadro – Sagrado coração de Jesus. Em 1906 casou com o primo André Teixeira Pinto com quem teve uma filha, o casamento dura cerca de dez anos.
Em 1916 aprendeu a fazer modelagem em barro no ateliê de William Zadig, escultor sueco radicado em São Paulo. No ano seguinte teve aulas com Pedro Alexandrino, dedicando-se a pintura de naturezas-mortas. Nesse período conheceu Anita Malfatti que também havia iniciado o mesmo curso.
Em 1920 foi estudar em Paris estudar pintura e escultura onde conviveu com grandes artistas dessa época. Regressou a São Paulo dois anos mais tarde e embora não tenha participado da Semana de Arte Moderna acompanhou todo o movimento de Paris e integrou-se ao modernismo, juntando-se ao Grupo dos Cinco, composto por Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
Tarsila sempre gostou de viajar tanto pelo Brasil como para o exterior e em uma de suas viagens para Minas Gerais encontrou-se com as cores de sua infância e apaixonou-se pelas decorações populares das casas da região. Nesse período juntou-se ao Movimento Pau-Brasil que durou cerca de três anos de 1924 a 1927 e contou com os artistas Oswald de Andrade com que namorava nessa época, Mario de Andrade, Blaise Cendrars, Goffredo Silva Telles e Olívia Guedes Penteado. Suas pinturas encheram-se de brasilidade, levando para suas telas as cores da natureza, a cultura popular, o homem rude e as paisagens rurais. São pinturas dessa época: Morro da Favela (1924), O vendedor de frutas (1925) e Paisagem com touro (1925).
Também fez exposições em Paris em 1926 e no mesmo ano casou-se com Oswald de Andrade.
Em 1928, para presentear seu marido, Tarsila pinta o quadro Abaporu. A origem do nome da tela vem do Tupi-guarani e significa Aba (homem) e Poru (comer). Tarsila descreve o quadro como sendo imagens de seu subconsciente, sugeridas por histórias que ouvia quando criança. A partir desse momento ela e o marido criam o movimento artístico e literário Antropofágico que tinha como proposta assimilar outras culturas, porém não copia-las. O nome vem do grego e significa antro (homem) e fagia (comer). São obras dessa fase: O Ovo (1928), Floresta (1929), Sol Poente (1929) entre outros.
Em 1933, Tarsila pintou a tela Operários e deu início a uma nova fase – Fase Social - que dura aproximadamente quatro anos, sendo a pioneira nessa temática no Brasil. Suas telas estamparam a realidade dos operários. A classe operário no Brasil teve grande impacto na vida social e na política do país por décadas. Um operário não tinha direitos trabalhistas e trabalhava até 15 horas diárias, mulheres e crianças eram os mais explorados.
Em 1970, a artista realizou em São Paulo e no Rio de Janeiro exposições sobre seus 50 anos de carreira - Tarsila: 50 anos de Pintura. Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.
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Referências:
http://tarsiladoamaral.com.br
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa824/tarsila-do-amaral
AZEVEDO, Heloiza de Aquino. Tarsila do Amaral: A Primeira-Dama da Arte Brasileira. Coleção aprendendo com arte – Vida e Obra. Educação e Cia, São Paulo, 2005.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/tarsila-do-amaral/