Tenório Cavalcanti de Albuquerque (Quebrangulo, AL 27 de setembro de 1906 — Duque de Caxias, 5 de maio de 1987) foi um político brasileiro.
Um dos mais famosos migrantes que vieram do Nordeste para a Baixada Fluminense. De infância humilde no sertão nordestino, ao chegar no Rio de Janeiro, a cidade de Duque de Caxias era apenas um conjunto de ruas de terra batida cercadas de loteamentos pantanosos e infestados de mosquitos. Sua ida ao Rio de Janeiro ocorre em 1926, em busca de emprego, e em um ano, após exercer diversas atividades profissionais, torna-se administrador de uma fazenda em Santa Cruz da Serra, bairro do município de Duque de Caxias, e pouco tempo depois, fiscal da prefeitura de Nova Iguaçu.
Adquire fama de pistoleiro, ganhando o apelido de o "Homem da Capa Preta", envolvendo-se com a política suja da região. Ao mesmo tempo, Tenório irá formar-se em Direito pela Universidade do Brasil, e inicia carreira política no ano de 1936, elegendo-se para a Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu, cumprindo mandato até a decretação do Estado Novo. Como resultado, enriquece e torna-se uma poderosa e polêmica figura política, criando o seu próprio sistema clientelista local. Tenório irá se transformar num dos políticos mais poderosos e influentes da Baixada Fluminense. Sua marca registrada era a metralhadora, Lurdinha - presente do General Góis Monteiro, que ele frequentemente carregava ao peito, escondida sob uma indefectível capa preta. A arma, ao que se sabe, era utilizada para abater os "apoiadores" dos outros líderes políticos de grande expressão da cidade.
Esse estilo agressivo de enfrentar os adversários acabou criando uma aura de mito ao redor de Tenório, muito pelo fato de ser um político autodidata, desafiando a elite corrupta de Duque de Caxias. Com a volta do regime democrático, filia-se à UDN (União Democrática Nacional), em 1945, sendo eleito deputado estadual em 1947. Em 1950 será reeleito com a quarta maior votação do estado, e em 1954, ano em que funda o jornal Luta Democrática, é o candidato de maior votação do Rio de Janeiro para o cargo de Deputado Federal. Reeleito em 1958, novamente com a maior votação de seu estado, decide tentar o governo do recém-criado Estado da Guanabara pelo PST (Partido Social Trabalhista), terminando em terceiro lugar. Derrotado, volta para a Câmara, onde permanece até ser cassado em 1964 pelo Regime Militar. Acredita-se que José Serra e Marcelo Cerqueira (então presidente e vice-presidente da UNE, União Nacional dos Estudantes) foram abrigado por Tenório em sua residência, conhecida como "Fortaleza de Caxias" (e que correspondia ao nome dado) nos primeiros dias do golpe.
Depois de instalada a Ditadura, sua carreira política foi destruída e o cidadão Tenório levou uma vida comum, até mesmo obscura.
Bibliografia:
CARDOSO, Josué. Tenório Cavalcanti. Disponível em: <http://personalidadescaxias.