Zuzu Angel

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Zuzu Angel foi uma estilista brasileira de renome internacional, que ficou conhecida na década de 70, época em que a moda brasileira seguia a tendência européia. Seu filho, Stuart Angel Jones, foi torturado, morto e teve o cadáver ocultado pelos órgãos de repressão, por ser um integrante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), grupo de resistência armada a ditadura militar. De sua dor, Zuzu Angel tirou forças para denunciar a barbárie que ocorria no país, inclusive internacionalmente.

Mineira da cidade de Curvelo, Zuleika Angel Jones nasceu em 1921. Morou em Belo Horizonte, onde já demonstrava suas habilidades ao fazer roupas para as primas, e na Bahia até que se estabeleceu, em 1947, no Rio de Janeiro, onde viveu até sua morte. Na década de 50, assumiu a profissão de costureira, e ,em 1970, abriu uma loja em Ipanema e passou a realizar desfiles, inclusive fora do Brasil.

Foi pioneira ao promover sua marca nas próprias roupas, expondo-a na parte externa das peças. Simplicidade, feminilidade, cores tropicais, mistura de tecidos (seda pura com renda de algodão, por exemplo) e utilização de materiais (pedras, conchas, entre outras).

Além de ter sido importante para a moda brasileira, Zuzu Angel é um exemplo de força e coragem. Seu drama começou em 1971, quando seu filho Stuart Angel Jones, então com 26 anos, desapareceu. Por meio de uma carta anônima, Zuzu foi informada que seu filho havia sido sequestrado, torturado e morto pelos órgãos de repressão. Stuart não forneceu as informações que os torturadores desejavam, então foi morto ao ser arrastado por um jipe, amarrado ao cano de escape do veículo, asfixiado pela fumaça do óleo diesel. Seu corpo não foi encontrado.

Corajosa, não se calou e denunciou o crime, inclusive a imprensa do exterior, entregue uma carta-denúncia ao Secretário de Estado de Governo dos Estados Unidos, Henry Kissinger. Outra estratégia utilizada por Zuzu foi o desfile-denúncia, realizado no Brasil e nos estados Unidos, no qual utilizou figuras de meninos presos, crucifixos, tanques, jipes e anjos amordaçados. Sofreu ameaças, foi perseguida e intimidada.

Temendo que as ameaças se concretizassem, escreveu cartas nas quais registrou que se aparecesse morta, ainda que parecesse acidente, seria na verdade assassinato. Em 14 de abril de 1976, morreu ao sofrer um “acidente” na saída de um Túnel no Rio de Janeiro.

Arquivado em: Biografias
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