A auxina é um grupo de hormônios vegetais representado principalmente pelo ácido indolilacético (AIA). O principal papel das auxinas está no crescimento. Os primeiros experimentos que sugeriram a existência deste hormônio foram realizados no final do século XIX por Charles Darwin e seu filho Francis, que verificaram a influência de uma substância desconhecida sobre o crescimento das plantas em direção à luz. Em 1926, o botânico Franz Went descreveu e isolou esta substância a partir de ápices caulinares de plântulas e a denominou auxina, do grego auxein que significa “crescer”.
Os locais de síntese das auxinas são o ápice caulinar, folhas jovens e frutos e sementes em desenvolvimento. As auxinas produzidas são transportadas ao longo do caule em direção às raízes. Este transporte unidirecional é chamado de transporte polar. Ele ocorre através das células parenquimáticas que circundam os tecidos vasculares, principalmente o xilema, de forma ativa, ou seja, com gasto de energia.
Este hormônio exerce diversas funções nas plantas e atua sobre diferentes tecidos. As auxinas agem no crescimento do caule e da raiz promovendo o alongamento das células, não sua divisão. Entretanto, a sensibilidade das células à auxina varia de acordo com o tecido, e o caule é menos sensível que a raiz. Logo, a concentração ideal para o crescimento do caule poderá inibir o crescimento da raiz. Em contrapartida, a concentração necessária para o crescimento da raiz será insuficiente para a indução dos efeitos no caule.
Outro papel das auxinas é sobre a dominância apical, já que a sua produção no ápice caulinar exerce forte inibição sobre as gemas laterais, mantendo-as em estado de dormência. Caso o ápice seja eliminado, essa dominância pode ser interrompida, levando ao desenvolvimento das gemas laterais e a formação de ramos, flores e frutos. A técnica da poda, utilizada em jardinagem, nada mais é do que o corte do ápice caulinar para promover a formação dos ramos laterais.
As auxinas também estão envolvidas no desenvolvimento dos frutos. As sementes produzem grandes quantidades desses hormônios que agem estimulando o ovário a formar o fruto. A aplicação de auxinas diretamente sobre o ovário de algumas espécies leva a formação de frutos sem fertilização, que são chamados de partenocárpicos. Essa técnica é utilizada para a produção de frutos sem sementes, que possuem maior valor comercial.
A queda natural de folhas, flores e frutos está relacionada com a redução dos níveis de auxinas causada pelo envelhecimento. Esse fenômeno é chamado de abscisão. As auxinas também promovem a formação de raízes laterais nas plantas. Essa descoberta teve um grande efeito prático através da aplicação de auxinas em estacas para promover a formação de raízes, técnica que tem grande importância comercial.
O controle de movimentos também é modulado pelas auxinas. A iluminação mais intensa de um lado da planta do que do outro leva as auxinas migrarem para o lado menos iluminado, o que faz as células desse lado se alongarem mais, curvando o caule em direção à luz (Figura 1). Este crescimento é chamado de fototropismo. O gravitropismo ou geotropismo negativo faz com que o caule cresça em sentido oposto ao da força da gravidade.
Referências bibliográficas:
Taiz, L. & Zeiger, E. 2013. Fisiologia Vegetal. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 918 p.
Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.