Os crustáceos (subfilo Crustacea) fazem parte do filo dos artrópodes, pois tem o corpo coberto com exoesqueleto quitinoso (geralmente rígido por causa de acumulo de carbonato de cálcio), segmentado, com apêndices (patas, antenas, asas) articulados e birremes, ou seja, dois ramos que saem da mesma base e são modificados conforme a função de cada indivíduo. A forma geral dos crustáceos é dividida em cabeça e corpo, porém cada uma dessas divisões tem subdivisões.
A cabeça é dividida em seis segmentos. O primeiro (pré-segmentar) é chamado de ácron e nos demais estão dispostos os olhos pedunculados, um par de antenas e as peças bucais formadas por um par de mandíbulas e dois pares de maxilas tendo os palpos no final de cada uma auxiliando na manipulação dos alimentos. Alguns animais formam uma carapaça dura na cabeça formado pela fusão dos segmentos.
O corpo pode ser dividido em duas partes (cefalotórax e abdômen) ou em três partes (cabeça, tórax e abdômen) e quantos segmentos há em cada uma dessas partes é variável sendo específico de cada espécie. O télson e urópodes juntos formam o último segmento do abdômen chamado de leque caudal que ajuda na locomoção. No corpo estão presentes os apêndices de locomoção que são geralmente cinco ou mais. Os pereópodes estão localizados no tórax e os pleópodes localizados no abdômen.
Os crustáceos são, em sua maioria marinhos, mas também tem representantes terrestre se de água doce, apresentam uma grande variedade de formas e funções. Os mais conhecidos são os que comemos como por exemplo camarões, lagostas, caranguejos. Porém, há também alguns crustáceos que são fixos em substratos como pedras e navios como as cracas; há os microscópicos que podem formar o zooplâncton que serve de comida para baleia, por exemplo.
Devido a rigidez do exoesqueleto os crustáceos não podem crescer continuamente, por isso eles se desenvolvem gradualmente nos ciclos de muda ou ecdise. Este ciclo é controlado por fatores ambientais e hormonais. Dentre os ambientais estão a disponibilidade de alimentos e a temperatura. Nesse ciclo há o rompimento da carapaça entre o abdômen e o tórax e a carapaça vai se destacando do corpo. A novo exoesqueleto dos animais é fino e flexível, então eles conseguem crescer até que o exoesqueleto endureça novamente. O período entre as duas mudas é curto quando o animal é jovem e vai ficando mais longo conforme o animal vai envelhecendo.
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Digestão
O sistema digestivo dos crustáceos é completo. O estômago pode ser composto por duas câmaras: a cardíaca, que ajuda a triturar os alimentos devido a presença de dentinhos calcificados, e a pilórica, que digere os alimentos com enzimas.
Circulação
Os sistemas circulatórios e respiratórios estão conectados. O sistema circulatório é considerado aberto, ou seja, o sangue sai do coração pela aorta, circula em um espaço conhecido como hemocele e volta para os vasos sanguíneos. Nos lados de cada segmento do tórax tem brânquias que fazem as trocas gasosas e tem vasos sanguíneos infiltrados.
Excreção
Os excretas presentes na hemocele são levados para as glândulas verdes onde ocorre a filtração e a liberação pelo poro que se abre na base das antenas ou das maxilas.
Sistema nervoso
O sistema nervoso dos crustáceos é composto por um cérebro ganglionar que manda nervos para os demais órgãos e segmentos onde estão presentes gânglios menores. O sistema sensorial é composto pelos olhos, pelos mecanorreceptores e quimiorreceptores que estão presentes nas antes e nas peças bucais.
Reprodução
Os crustáceos são, em sua maioria, dioicos e realização fecundação interna e com desenvolvimento indireto que pode ser por metamorfose e anamorfose (desenvolvimento gradual), sendo as larvas geralmente livre natantes.
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Referência bibliográfica:
Brusca e Brusca. Invertebrados - 2ª Edição.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/crustaceos-crustacea/