Endoesqueleto

Por Paulo Henrique Pinheiro Ribeiro

Mestre em Zoologia (UESC, 2013)
Graduado em Ciências Biológicas (UEG, 2010)

Categorias: Anatomia animal
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O tecido ósseo é o que forma nosso esqueleto e que apresenta maior dureza em relação aos outros. Juntamente com o tecido muscular, eles promovem a sustentação do corpo humano. Pelo fato de o nosso esqueleto, o principal tecido de sustentação, estar localizado na parte interna do nosso corpo, ou seja, não é visível ele é chamado de endoesqueleto. Os artrópodes, por outro lado, apresentam estrutura de sustentação na parte mais externa do corpo, chamada de exoesqueleto.

O endoesqueleto foi uma novidade evolutiva apresentada pelos primeiros vertebrados e pode ser encontrado somente nos peixes ósseos e nas linhagens de tetrápodes (anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Ao contrário do exoesqueleto, apresentado pelos artrópodes, o endoesqueleto é permanente, e aumenta de tamanho conforme o indivíduo cresce, mas nunca é substituído. Durante a chamada conquista do ambiente terrestre, o endoesqueleto foi fundamental para auxiliar os vertebrados no deslocamento suportando a pressão atmosférica. Antes dos vertebrados propriamente ditos, os primórdios do endoesqueleto surgiram com os primeiros cordados.

O endoesqueleto das aves voadoras apresentam ossos diferentes dos nossos, chamados de pneumáticos. Ilustração: r liubomir / Shutterstock.com

Os primeiros endoesqueletos dos cordados eram consistidos apenas da caixa craniana, que originalmente era formada de cartilagem calcificada. Esse padrão anatômico ainda pode ser encontrado em cordados primitivos, como as lampreias. Existem duas hipóteses para explicar porquê o crânio foi a primeira estrutura do endoesqueleto a se tornar rígida, primeiro para proteger o sistema nervoso central e para auxiliar na locomoção em ambientes aquáticos, por facilitar o hidrodinamismo, fazendo com que o animal tivesse mais condições de romper a coluna d’água.

Endoesqueleto de uma serpente. Foto: herraez / iStock.com

O endoesqueleto dos vertebrados modernos é formado por dois tipos de ossos: ossos dérmicos e ossos endocondrais. O osso dérmico é formado sem o precursor da cartilagem e é o primeiro tipo de ossificação rígida apresentado pelos vertebrados, visto pela primeira vez na linhagem dos ostracodermes. Os ossos dérmicos são formados na parte externa do corpo, como se fosse uma armadura. E apesar de a maioria do nosso sistema ósseo ser formado por ossificação endocondral, no entanto a maioria dos ossos dos nossos crânios são dérmicos, sendo assim, eles possuíam endoesqueleto de cartilagem e exoesqueleto ósseo. A parte axial do nosso corpo, ou seja, membros e costelas é formada por ossificação endocondral, que são formados através das cartilagens.. Os ossos endocondrais são formados à partir de um molde de cartilagem que é gradualmente substituído por tecido ósseo.

Como dito anteriormente, a formação do endoesqueleto foi fundamental para a conquista do ambiente terrestre pelos vertebrados, por fornecer sustentação, suporte à pressão atmosférica do ar e auxiliar na locomoção. Além disso, partes do endoesqueleto, como as costelas, junto com a musculatura auxiliam na proteção de órgãos vitais, ademais os ossos também são uma fonte importante de cálcio e fósforo para o nosso organismo.

Referências:

Pough, J. H.; C. M. Janis; J. B. Heiser.2008. A vida dos Vertebrados. 4ª ed. São Paulo, Atheneu.

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