Entomologia Forense é a aplicação de estudos de insetos e outros artrópodes associados de acordo com suas áreas de abrangência e aplicações criminais, em três categorias distintas:
- Urbana: aplicada a toda e qualquer ação relacionada à presença de insetos em imóveis ou em outros bens estruturais pertencentes ao homem, desde que haja dano ou perda do material;
- Produtos Estocados: aplicada quando há a presença de insetos em depósitos, armazéns ou embalagens que envolvam produtos alimentícios ou, ainda, quando estes se acham presentes em parte ou todo sobre ou dentro do alimento;
- Médico-legal: quase sempre relacionada a mortes violentas, onde haja a presença de insetos em cadáveres ou alguma relação entre um corpo e a fauna necrófaga.
A Entomologia Urbana concentra, principalmente, as controvérsias relacionadas a cupins, baratas e outros grupos de insetos que ocorrem em ambientes criados pelo ser humano. Ações públicas ou particulares por incômodos e prejuízos, envolvendo insetos como moscas provenientes de currais e outros locais de criação de animais domésticos, são alvos desta parte da Entomologia Forense. São bastante comuns processos judiciais devidos a incômodos causados por insetos oriundos de projetos agropecuários tais como recintos de confinamento para engorda de bovinos e granjas de aves e suínos.
Na área da Entomologia de Produtos Armazenados, as disputas ocorrem por infestação de artrópodes ou partes destes em alimentos e outros produtos armazenados. Restos de insetos em cereais matinais, lagartas em vegetais enlatados e larvas de mosca em sanduíches são exemplos de casos comuns na área de produtos armazenados. Ocasionalmente, consumidores tentam fraudar restaurantes e empresas “plantando” insetos ou partes de insetos em produtos adquiridos previamente.
Em relação à categoria médico-legal, ao longo de um pouco mais de cem anos a entomologia forense evoluiu com base nas observações de autores de distintos países, contribuindo assim para a abordagem atualmente empregada. Os profissionais utilizam um modelo complexo e rígido para entender a colonização cadavérica por meio da sucessão ecológica, o qual incluía diversas ordens de insetos, chamados de legiões, cujo termo adotado corresponde aos grupos de insetos que chegam ao cadáver em diferentes estágios da decomposição.
Contabilizou então oito legiões de sucessão ecológica, partindo do princípio de que insetos visitavam fases específicas do processo de putrefação, onde o esgotamento proteico do recurso (humano ou não) se dava de um a quatro anos, levando em consideração que os estudos foram iniciados no clima temperado da Europa. As quatro primeiras legiões são formadas por moscas como Musca domestica, Calliphora vomitória, Lucilia coesar, Sarcophaga carnaria e besouros Necrobia coeruleu e N. ruficollis. Pois preferem os estágios iniciais da morte onde a carne é fresca, podendo ser vistos ovopositando.
Referências
COSTA J.O 2013. Insetos “Peritos” – Entomologia Forense no Brasil
COSTA J.O 2010. Entomologia Forense - Quando os insetos são vestígios - 3ª edição.