A epidemiologia genética, como o próprio nome sugere, é a junção de duas linhas científicas, a epidemiologia e a genética, com isso, essa área da ciência é voltada ao estudo dos genes e fatores genéticos que podem acarretar no desenvolvimento de uma determinada doença.
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Relação Epidemiologia e Genética
Uma vez que os fatores de hereditariedade (genética) foram sendo desvendados, a junção dessa área científica com outras áreas se fez necessário para a compreensão do comportamento do material genético no meio e a sua influência no ambiente.
Foi isso que aconteceu com a epidemiologia e a genética, a junção dessas duas áreas é perfeita, pois a partir dos conceitos genéticos é possível:
- Determinar a frequência de uma patologia;
- Compreender sobre a interação do DNA com fatores mutagênicos;
- Identificar a frequência de alelos ligados a patologias;
- Observar o comportamento de alelos patológicos em uma população.
É comum a dúvida em relação a diferença da epidemiologia genética com outras áreas da ciência, como no caso da epidemiologia clássica, genética de populações e genética médica. Vejamos a seguir a diferença entre cada uma delas.
Epidemiologia Genética vs Epidemiologia Clássica
A grande diferença entre essas duas linhas científicas está no fato de que a epidemiologia genética trata exclusivamente de fatores genéticos ligados as doenças, diferente da epidemiologia clássica, que busca uma compreensão geral sobre a doença, incluído os aspectos genéticos. Ou seja, a epidemiologia genética é uma vertente da epidemiologia.
Epidemiologia Genética vs Genética de Populações
Enquanto a genética de populações estuda o comportamento genético em uma população, a epidemiologia genética busca entender apenas os aspectos genéticos relacionados a patologias que acometem uma população.
Epidemiologia Genética vs Genética Médica
A epidemiologia genética tem o enfoque na doença de uma população, fazendo uma análise não apenas dos aspectos humanos, mas também os impactos dos genes nos fatores ambientais.
Evolução
A princípio a epidemiologia genética era voltada apenas aos estudos de doenças mendelianas raras. Com o desenvolvimento científico e consequentemente um melhor conhecimento sobre material genético, genes, cromossomos e outros fatores genéticos, passou a focar na análise de características complexas que podem favorecer o desenvolvimento de uma patologia.
Entre os exemplos de doenças que possuem tais características complexas, temos:
- Doenças cardiovasculares;
- Pressão arterial;
- Doenças infecciosas;
- Diabetes;
- Neoplasias.
Aplicabilidade
As principais aplicações da epidemiologia genética estão relacionadas com a mutagenicidade e toxicidade, como na contaminação de alimentos e na exposição ocupacional.
Além disto, essa área da pesquisa atua fortemente nas linhas comerciais, fazendo analise mutagênica, carcinogênica e teratogênica em produtos a serem comercializados.
Na área clínica, trabalha em conjunto com geneticista para a avaliação de laudos, aconselhamentos genéticos e o estabelecimento da relação dano genético e ambiente (expressão do genoma na população).
Por fim, vale destacar a dimensão epidemiológica populacional, que busca um entendimento sobre a distribuição e o comportamento de genes patológicos em uma população.
Presente e Futuro da Epidemiologia Genética
Com avanço da engenharia genética inúmeras técnicas de análise do material genético foram desenvolvidas, com isso, a epidemiologia genética foi e será impactada positivamente principalmente no âmbito da identificação de marcadores moleculares.
Um fator a colaborar com avanço da epidemiologia genética é justamente o fator da heterogeneidade genética que pode contribuir para suprir as lacunas existentes na literatura.
Vale salientar que mesmo com avanço da área, o melhor arsenal para evolução dessa linha de pesquisa continuará sendo os dados familiais, pois servem como base e garantem uma maior amostragem para se ter uma análise epidemiológica a nível populacional.
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Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/epidemiologia-genetica/