Extinção

Mestre em Ecologia e Evolução (Unifesp, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (Unifesp, 2013)

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Em biologia, dizemos que uma espécie entrou em extinção quando ela desaparece por definitivo, fato que se concretiza quando o último indivíduo da espécie morre. Pensando em espécies que se reproduzem sexuadamente, no entanto, a extinção torna-se inevitável mesmo quando ainda resta um indivíduo vivo (ou somente indivíduos de um único sexo) — a menos, é claro, que existam gametas preservados e que seja realizado um processo de inseminação artificial.

Quando uma espécie desaparece apenas numa determinada região, mas ainda pode ser encontrada em outras, diz-se que ocorreu uma extinção local. Ou, quando desaparece na natureza mas ainda restam indivíduos em cativeiro, a espécie é tratada como extinta na natureza. Estes casos, no entanto, podem ser revertidos através de programas de reprodução em cativeiro e de reintrodução na natureza.

O desaparecimento de uma espécie pode parecer um evento extremo e inesperado, mas é algo recorrente quando se avalia do ponto de vista histórico. Inclusive, estima-se que a grande biodiversidade que existe atualmente representa apenas 1% de todas as espécies que já existiram no planeta.

A extinção pode ocorrer naturalmente, como resultado de mudanças ambientais para as quais uma espécie não conseguiu se adaptar ou da competição com outras espécies — ou seja, simplesmente pelo processo de seleção natural. Este processo natural é chamado de extinção de fundo.

As extinções em massa — fenômeno em que há perda de grande proporção da biodiversidade num período geológico relativamente curto —, são bem mais drásticas, mas também foram relativamente comuns ao longo da história da Terra. Há evidências de que ocorreram pelo menos cinco grandes eventos de extinções em massa, nos períodos Ordoviciano, Devoniano, Permiano, Triássico e Cretáceo. Os dinossauros, por exemplo, foram dizimados no Cretáceo (~65 milhões de anos), no mais recente evento de extinção em massa, que teria sido responsável também pela extinção de 76% das espécies existente na época.

Alguns cientistas defendem que atualmente estamos vivendo uma sexta grande extinção em massa, já que estamos perdendo espécies em taxas alarmantes. No entanto, diferentemente das outras cinco grandes extinções — causadas por catástrofes naturais tais como flutuações climáticas históricas, eventos tectônicos e impactos de meteoros — esta de agora estaria sendo causado pelos humanos, já que as principais razões para o declínio da biodiversidade são a destruição de habitat e outros impactos de origem antrópica.

São inúmeros os exemplos de espécies que correm risco iminente de desaparecer. Em março de 2018, com a morte de Sudan, o último macho do rinoceronte-branco-do-norte (Ceratotherium simum cottoni), a subespécie ficou ainda mais próxima da extinção, restando agora apenas fêmeas. Aqui no Brasil temos o caso emblemático da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), já extinta na natureza, mas ainda encontrada em cativeiro. Estes indivíduos que ainda restam integram um programa de reprodução que visa sua reintrodução na caatinga nos próximos anos.

Referências:

Ararinha-azul. ICMBio. Acesso em 08/2018.

Barnosky, A. et al. Has the Earth’s sixth mass extinction already arrived? Nature. 2011.

Extinções: Georges Cuvier (2/2). Entendendo a Evolução - IB-USP. Acesso em 08/2018.

Platt, J. RIP Sudan, the Last Male Northern White Rhino. The Revelator. 2018.

Arquivado em: Ecologia, Evolução
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