É chamado de fluxo gênico todos aqueles mecanismos que resultam da troca de informações genética ou dos movimentos dos genes entre indivíduos, populações ou espécies. O fluxo gênico está relacionado à mudança evolutiva na frequência dos alelos, a qual é causada pelo movimento de gametas entre populações de uma mesma espécie. Esta troca é mais comum e conhecida entre as populações de uma mesma espécie, no entanto, são conhecidos alguns casos de troca genética interespecífica. Portanto, quando um indivíduo migra de uma população para outra, ele irá carregar os genes que são característicos da sua população original para a população que ele está migrando, e, se esta característica for bem sucedida para esta população e caso ocorra cruzamento, tal característica poderá ser transmitida para a população através dos genes.
Quando se fala em fluxo gênico em vegetais, percebe-se que ele ocorre durante as fases gametofítica e esporofítica, isto é, quando acontece a dispersão do pólen e de semente. O fluxo gênico pode ser direto ou indireto. Quando ele acontece de forma direta observa-se a dispersão dos grãos de pólen ou das sementes, podendo estimar o fluxo gênico potencial. Os métodos indiretos vão utilizar a distribuição da variância genética para medir a intensidade de fluxo gênico.
Os genes migrados podem ser vantajosos, desvantajosos ou neutros. Quando estes genes são vantajosos para os indivíduos receptores, eles vão atuar de forma positiva na seleção natural elevando a frequência dos alelos inseridos. Os genes desfavoráveis ocorrem quando a frequência de inserção for inferior à seleção natural contra estes genes, então eles deverão eliminados nas próximas gerações. Os genes migratórios neutros não vão oferecer vantagem competitiva ou evolutiva positiva ou negativa, não causando grandes impactos, já que não atua no sentido de aumentar ou diminuir suas frequências.
Existem diversos tipos de barreiras que podem dificultar o fluxo gênico, ou seja, o cruzamento entre as populações. Por exemplo, rios, montanhas e distância territorial. O isolamento geográfico é o nome dado a esses obstáculos que impedem o encontro das populações. Quando isto acontece por um longo período, pode-se ter a formação de uma nova espécie, graças ao isolamento reprodutivo, ou seja, a interrupção do fluxo gênico. O isolamento reprodutivo também ocorre quando se forma um indivíduo híbrido não fértil.
O fluxo gênico tem como objetivo homogeneizar as populações separadas que compartilharão mais variações, o que irá retardar o processo de diferenciação das populações e criação de novas espécies.
Referências bibliográficas
http://www.cib.org.br/pdf/09DispeGenica.pdf
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr35/cap05.pdf
http://labs.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/fatoresevolutivos1.pdf
http://www.ufscar.br/~evolucao/popgen/geneflow.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/fluxo-genico/