Tradicionalmente na biologia, uma espécie é considerada exótica quando ocorre fora do seu habitat natural, sendo assim rotulada como uma espécie invasora. Todavia, na definição popular de frutas exóticas o uso da expressão deve ser encarado num contexto diferente. Frutos exóticos são aqueles que apresentam características que os tornam únicos e muito diferentes, seja cor, sabor, odor ou formato. Além disso, estes frutos costumam ser cultivados em uma pequena escala local, sendo raros para consumidores fora destes locais. As frutas exóticas vêm constituindo um mercado de frutas de alto valor em todo o mundo, sendo exportadas nacional e internacionalmente pelos países nos quais elas naturalmente ocorrem ou naqueles que passam cultiva-las.
O Brasil possui uma grande diversidade de habitats e climas, o que favorece a ocorrência de espécies vegetais muito singulares em cada região. Na Amazônia, por exemplo, o comércio local é abastecido de frutas exclusivas dos estados do norte e nordeste do país, como o cajá, o abiu, o jenipapo, o ingá-cipó, a físalis, o cupuaçu, o bacuri, o buriti e a maná. Cada uma destas frutas possui um distinto sabor e valor nutricional, sendo que diversas delas são associadas a efeitos terapêuticos. Como exemplo podemos citar a físalis, também chamada de camapu, que apresenta uma alta concentração de substancias antioxidantes associadas ao combate do envelhecimento da pele, hepatite e doenças do fígado e tratamento para anemia por conter uma grande quantidade de ferro. O cajá, fruta muito consumida no norte e nordeste, possui uma casca lisa amarela e uma polpa suculenta doce e levemente ácida. Usada em diversas receitas, como no preparo de sucos, sorvete, licores e compotas, o cajá tem efeito estimulante e beneficia diretamente a pele, por conter elevadas quantidades de vitamina A.
Nos biomas do Cerrado e Caatinga encontramos a ciriguela, fruta azeda mas muito doce rica em minerais e vitaminas, a graviola, a cagaita, fruto amarelo ácido com alto teor de suco usada no combate a prisão de ventre, a fruta-do-conde e a gabiroba, uma fruta doce de sabor semelhante a goiaba com muitas fibras e baixo teor calórico.
São consideradas frutas exóticas típicas da mata Atlântica a pitomba, fruta pequena com casca amarronzada e polpa branca com alta concentração de vitamina C, o cambuci, fruto verde de polpa esbranquiçada cujo suco é usado na produção da cachaça de cambuci, a grumixama, um pequeno fruto de casca lisa e coloração roxa escura quase preta rico em vitaminas e antioxidantes, e outra variedade de jenipapo, com casca marrom e polpa amarelo esverdeada com muitas sementes. Rica em ferro e cálcio, esta fruta tem sido apontada como possível aliada no combate a anemia e reumatismo.
Com relação as frutas exóticas internacionais mais conhecidas podemos citar a pitaya, original do México, a romã, de ocorrência natural no Mediterrâneo, a granadilha e a cherimosa, provenientes da Colômbia, e a lichia, mangostão e a longan (ou olho de dragão) nativas da China.
A pitaya é uma fruta esteticamente muito atrativa, cuja casca apresenta uma coloração rosa clara ou amarela e polpa branca ou rosa escura repleta de sementes. Originária do México e outros locais da América Central, ela tem sido cultivada em São Paulo e outras áreas da região sudeste do Brasil. Ela apresenta um sabor adocicado suave e diversos benefícios a saúde, tais como melhora da digestão (devido a quantidade de fibras), promove a função real (alto teor de líquido na polpa) e combate doenças cardiovasculares (por possuir ômega 3 e outros ácidos graxos).
A romã, característica do clima seco do sul da Europa, tem sido cultivada de maneira bem-sucedida na Bahia e na região sul do Brasil. Com a casca avermelhada e polpa adocicada repleta de sementes vermelhas, a romã pode ser consumida em natura, participar de infusões (como chás) ou ser batida e servida como suco. Rica em vitaminas C e K, ácido fólico e potássio, a romã é associada ao controle da pressão arterial, melhora das funções renais e ação anti-inflamatória sistêmica.
Referências:
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