Guarapuvu

Por Monik da Silveira Suçuarana

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

Categorias: Reino Plantae (plantas)
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O guapuruvu ou guarapuvu é uma árvore de grande porte que pertence à família Fabaceae, uma das maiores famílias botânicas conhecida como a família das leguminosas, e à subfamília Caesalpinioideae. Seu nome científico é Schizolobium parahyba. Tem entre 10 a 25 metros de altura, mas pode atingir até 40 metros e 120 cm de DAP (diâmetro à altura do peito).

É uma árvore semidecídua a decídua, apresentando queda de folhas total ou parcial durante os meses de inverno e rebrotando após a floração, que acontece entre os meses de agosto a novembro, com vistosas e grandes flores de pétalas vivamente amarelas. Suas folhas são alternas e grandes, com cerca de 1 metro de comprimento. Seu tronco é reto e cilíndrico e suas raízes são superficiais, chegando a atingir dois metros acima do solo.

Os frutos do guapuruvu são vagens secas e possuem apenas uma semente em seu interior, raramente possuem duas sementes. Possuem formato obovado (inversamente ovado) e achatado. A coloração é esverdeada quando imaturos e entre bege e marrom quando completamente maduros. O amadurecimento dos frutos ocorre em períodos diferentes dependendo da região, mas geralmente acontece entre março e agosto.

Guarapuvu. Foto: Jan Smith / CC-BY

As sementes são grandes, lisas e brilhantes e envoltas por uma asa papirácea que se dispersa pela ação do vento. São sementes duras e possuem um formato que lembra uma pequena ficha, o que justifica o nome popular “ficheira” atribuído a essa arvore em certas regiões do país. São utilizadas no artesanato para a produção de colares, pulseiras e brincos. Sua dispersão é feita pela ação do vento e por gravidade.

O guapuruvu é uma espécie nativa da Mata Atlântica e ocorre no Brasil nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. É uma espécie pioneira que apresenta crescimento rápido, por isso é excelente para reflorestamentos. É recomendada também para a restauração de mata ciliar em locais não sujeitos a inundações. Também é apropriada para jardins de longa extensão, como grandes parques e praças, modificando a paisagem em pouco tempo. Tem muita importância no paisagismo, principalmente na região sul do país, mas sua utilização na arborização urbana deve ser bem analisada, por causa de seus galhos que são quebradiços e por causa das folhas que caem.

Além de ocorrer na floresta primária, o guapuruvu também é comum na vegetação secundária, dominando as capoeiras altas e florestas secundárias. É rara na floresta alta e densa. Não apresenta muita longevidade, chegando ao fim do seu ciclo de vida com 40 a 50 anos de idade. Quanto à fertilidade do solo, essa espécie é pouco exigente, se desenvolvendo inclusive em terras pobres em nutrientes no Vale da Paraíba. Contudo, apresenta melhor desenvolvimento em solos férteis, profundos e úmidos. Solos rasos, de baixa fertilidade e muito secos são inadequados para seu desenvolvimento.

A madeira dessa árvore é leve, clara, de baixa densidade, de superfície lisa ao tato e sedosa. É fácil de ser cortada e beneficiada. É utilizada na fabricação de móveis, portas, brinquedos, palitos, caixotes, compensados e pranchetas. É considerada também adequada para a produção de celulose e papel. No litoral sul e sudeste brasileiro o guapuruvu é uma das principais espécies usadas na fabricação de canoas artesanais a partir de um só tronco, que são utilizadas para a pesca artesanal, demonstrando a importância cultural e econômica dessa espécie. Entretanto, essa atividade entrou em declínio nas últimas décadas.

Por causa de sua ampla distribuição geográfica e crescimento rápido, o guapuruvu não é considerada uma espécie ameaçada. Entretanto, essa espécie é bastante suscetível a pragas e doenças, como a "broca da madeira" causada pelo besouro Acanthoderes jaspidea. Nos últimos anos, observou-se uma mortalidade em massa dessas árvores jovens e adultas no litoral do Rio de Janeiro, no litoral de São Paulo e na região sul do país. A causa das mortes foi atribuída a vários fatores, como as mudanças climáticas.

Referências Bibliográficas:

Carvalho, P. E. R. Guapuruvu. Colombo: Embrapa Florestas, 2005. (Circular Técnica, 104).

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